Tirem a Pedra
David Brandt Berg
Eu estava pesquisando mapas, rotas de navios e campings para trailers antes de nos mudarmos. Passei o dia trabalhando nisso, e pensei: “Senhor, Você bem que podia me passar toda essa informação de forma instantânea através de uma revelação. Por que tenho que fazer todo este trabalho?”
Conta-se a história do rapaz que desejava muito tocar acordeão e disse: “O Senhor vai me ensinar a tocar acordeão.” E ele nem comprou um livro ou estudou, pois achava que o Senhor simplesmente o “faria tocar o instrumento”. Eu estava agindo um pouco dessa maneira, queria uma revelação em vez de ter que pesquisar a respeito do lugar para onde íamos, e procurar a melhor maneira, lugar e método.
Durante um pequeno intervalo nesse trabalho, suspirando um pouco de cansaço eu perguntei: “Senhor, por que não me revela tudo de uma vez sem eu ter que pesquisar e fazer todo este esforço?” e imediatamente me veio o versículo: “Tirem a pedra,”[1] em referência à ocasião quando o Senhor levantou Lázaro dos mortos:
Jesus, outra vez profundamente comovido, foi até o sepulcro. Era uma gruta com uma pedra colocada à entrada.
"Tirem a pedra", disse ele. Disse Marta, irmã do morto: "Senhor, ele já cheira mal, pois já faz quatro dias".
Disse-lhe Jesus: "Não lhe falei que, se você cresse, veria a glória de Deus?"
Então tiraram a pedra. Jesus olhou para cima e disse: "Pai, eu te agradeço porque me ouviste.
Eu sabia que sempre me ouves, mas disse isso por causa do povo que está aqui, para que creia que tu me enviaste".
Depois de dizer isso, Jesus bradou em alta voz: "Lázaro, venha para fora! " O morto saiu, com as mãos e os pés envolvidos em faixas de linho, e o rosto envolto num pano. Disse-lhes Jesus: "Tirem as faixas dele e deixem-no ir".—João 11:38–44[2]
Aparentemente o Senhor nunca faz nada pela pessoa se ela pode se virar sozinha. Ele espera que façamos a nossa parte, que nos esforcemos. Nesse caso, Ele fez o que as pessoas não podiam, que era ressuscitar Lázaro. Mas esperava que fizessem o que estava ao seu alcance.
Apesar de ser um trabalho pesado tirarem a pedra do lugar, o Senhor não ia fazê-lo. Eles podiam fazer; era um trabalho pesado, estava quente e foi muito cansativo. Deve ter sido preciso várias pessoas para retirar aquela pedra enorme que servia de porta para o sepulcro. Ele disse: “Tirem a pedra”. Era algo que eles tinham condições de fazer. E Ele então fez o que eles não podiam, que era trazer Lázaro de volta à vida.
Nesse contexto, acho que ontem passei o dia procurando o túmulo de Lázaro. E quando chegar a hora, o Senhor vai ressuscitá-lo, ou seja, dar a resposta e fazer o milagre necessário. É como se o Senhor dissesse: “Tirem a pedra. Faça o que você pode e Eu farei o resto. Pode pesquisar mapas e os lugares para onde irem e essas coisas, mas quando não puder fazer mais nada, então Eu farei o resto.”
Devemos nos empenhar, pois certas coisas nós podemos fazer, e na hora certa o Senhor fará o que está além do nosso alcance. Fazemos o possível e Ele faz o impossível! Parece que o Senhor sempre quer que pensemos nas situações e passemos por um processo de eliminação, de tentativa. E nem sempre é garantido que vamos descobrir a Sua vontade dessa maneira, mas com certeza descobrimos o que não dá certo.
Algumas vezes já descobri a vontade de Deus só experimentando uma porta aqui e outra ali, e perguntando, até pelo menos descobrir o que não dava certo, e então o Senhor me mostrar o que eu devia fazer. E como eu ficava agradecido depois de passar por tudo isso! Se esforçar-se e finalmente chegar ao ponto em que não consegue mais, vai ficar agradecido pela ajuda do Senhor.
A Palavra mostra que Deus sempre ordenou ao homem que fizesse algo primeiro antes de Ele suprir a necessidade. Deus mandou Moisés bater na rocha antes de Ele fazer jorrar a água. Moisés podia ter dito: “Olha, Senhor, acho que ali não tem água. Isso é uma loucura! Além do mais, prefiro ver o Senhor fazer.” Mas Moisés agiu por fé; pegou uma vara e bateu na rocha, acreditando que Deus faria o resto, e Ele fez.[3]
O Senhor disse aos sacerdotes para irem até o rio Jordão e começarem a atravessar o rio com a Arca, e que então Ele pararia a correnteza na hora em que a água estivesse mais alta. Ele ia parar o curso do rio para passarem pelo leito seco. Eles podiam ter dito: “Isso é uma loucura! Vamos nos afogar carregando aquela Arca enorme e pesada. É melhor esperarmos até Deus dividir as águas, então atravessaremos.” Mas como Ele lhes disse para atravessar foi o que fizeram, e assim que seus pés tocaram o rio, as águas se dividiram.[4]
Deus quer primeiro ver a nossa obediência. A obediência precede a bênção e a recompensa. A obediência precede a unção; o teste é para ver se vai obedecer ou não. Assim que começar a obedecer e agir, Deus fará a Sua parte sem falhar. Ele o abençoará. “Tirem a pedra”.
Publicado originalmente em maio 1980. Adaptado e republicado em setembro 2013. Tradução Hebe Rondon Flandoli.
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