Nossa Melhor Tábua de Salvação

Steve Hearts

Quando garoto, ouvi a dramatização da história de um jovem paraquedista do exército americano, chamado Keith, que dependia de sua fé e conexão com o Senhor para salvá-lo de muitos perigos. Sua fé na proteção do Senhor era tão forte que ele até recusava andar armado, apesar dos protestos de seus amigos e superiores.

Um dia, o motor do avião começou a falar em pleno voo, com nada além do oceano lá embaixo e ainda bastante longe da terra firme, em vez de entrar em pânico como os outros a bordo, Keith orou em voz alta, pedindo a Deus que fizesse com que o motor voltasse a funcionar. E foi o que aconteceu antes mesmo dele terminar sua oração, eliminando a necessidade de pularem do avião de paraquedas.

“Diga-me,” perguntou um de seus colegas, “as suas orações são sempre respondidas assim?”

“Jesus é um amigo que nunca falha,” respondeu o jovem cristão.

“Não admira que você não precise de arma!” exclamou o outro.

Em certo ponto da história, um colega soldado chamou dois paraquedistas para uma reunião em um Flying Fortress[1] (Fortaleza Voadora) para ouvirem uma transmissão de rádio dos Estados Unidos. Isso interessou muito o colega de Keith. Ele, porém, insistiu que continuassem com o que estavam fazendo.

“Você não gosta de ouvir notícias de casa?” perguntou seu colega.

“Sim, mas tenho um pressentimento,” disse Keith. Seu amigo concordou então em ficar com ele. Mal eles haviam recusado o convite e continuado em seu caminho quando um avião inimigo apareceu voando, e jogou uma bomba no Flying Fortress matando todos os seus ocupantes. “Eu estaria entre as vítimas se não fosse por você e seus ‘pressentimentos’”, comentou o amigo de Keith. Com este e outros acontecimentos o rapaz acabou por se converter.

Vários acontecimentos na minha vida têm feito com que esta história soe familiar—e me ajudado a entender que os pressentimentos que sinto muitas vezes são mais do que simples “sentimentos”. Minha família e eu atualmente moramos no norte do México, onde há muito crime e insegurança. Aprendemos regularmente sobre a importância de nos manter em sintonia com o Senhor, obedecer aos cutucões e toques que Ele dá em nossos corações.

Poucos meses atrás, minha madrasta se preparava para ir a uma loja perto de casa comprar algumas necessidades. Quando ela estava por sair, teve um forte sentimento que não devesse sair ainda, mas ficar e trabalhar em casa. Pouco tempo depois ela ouviu tiros distantes. Mais tarde descobriu que o tiroteio havia acontecido bem na rua pela qual ela planejava passar para chegar à loja.

Às vezes é fácil descartarmos ou ignorarmos os pressentimentos do Espírito, especialmente quando segui-los significa uma mudança na nossa rotina ou uma interrupção. Aprendi uma lição com relação a isso quando adolescente.

Meu pai estava compartilhando o Evangelho em uma zona bastante perigosa de Los Angeles, na Califórnia. Em determinado momento do o dia, minha mãe teve um forte sentimento que devíamos parar o que estávamos fazendo em casa e orar por ele. Eu não queria ser interrompido, então ignorei a sugestão, achando que ela estava se preocupando demais. Apenas poucos minutos depois, meu pai ligou, nos informando que o carro tinha sido roubado. Apesar do carro ter sido milagrosamente encontrado e devolvido apenas dias depois, aprendi a lição.

Recentemente, planejávamos participar de um estudo bíblico semanal com alguns amigos. Mas, quase no último minuto, sentimos que deveríamos ficar em casa e fazer algo com as crianças. No dia seguinte, descobrimos que uma onda de violência ocorrera por toda a cidade, incluindo perto do local da reunião. Agradecemos o Senhor por Seu aviso e orientação, e por nos ajudar a segui-los.

Certa noite, vários anos atrás, enquanto visitava parentes, senti uma forte vontade de orar pela segurança de uma tia que estava a caminho. Parei o que estava fazendo para orar. Ela chegou vários minutos depois e nos contou que quando estava parada em um semáforo quase teve um acidente com um motorista que vinha a toda velocidade em sua direção. Ela fez uma oração rápida, pedindo que ele pisasse nos freios, e foi o que aconteceu, no último minuto, o que evitou um acidente grave. Quando perguntei que horas isso havia acontecido, descobri que foi no exato momento que senti a necessidade de orar.

Como é fácil ignorarmos a oração, às vezes, e em vez disso focarmos nas muitas coisas que “precisam” ser feitas. Contudo, quando fazemos isto, deixamos de ver como a oração na verdade é nossa “tábua de salvação” e meio de comunicação com aquele lá em cima. Não importa quantos dons tenhamos, a oração é, e sempre será, nossa melhor tábua de salvação.

Tradução Denise Oliveira. Revisão Edson Campos.

Postado em: contribuição de convidado, milagres, oração, seguir a deus

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