Pai Nosso
Compilação
O famoso ensinamento sobre oração que Jesus passou aos Seus discípulos é comumente conhecido como Pai Nosso. Ele ensinou aos discípulos: “Quando vocês orarem, digam: ‘Pai! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano. Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem. E não nos deixes cair em tentação’”.[1] Mateus oferece uma versão mais completa da oração, mas mesmo com a versão mais concisa de Lucas, podemos aprender cinco princípios para criar o ambiente certo para que nossa oração seja eficaz e frutífera.
Primeiro, oração se enquadra no contexto de relacionamento. A primeira palavra que Jesus diz é “Pai”. Apesar de sermos filhos de Deus, quando Jesus diz “Pai” aqui é no sentido de que Ele é nosso criador e quem deu origem à vida. Quando recebemos Jesus como Senhor e Salvador, Deus Se torna nosso Pai, e passamos a ter um relacionamento íntimo com Ele, por meio do qual podemos falar com Ele, conversar, ouvir e confiar nEle.
Em segundo lugar, quando Jesus diz “santificado seja o teu nome”, está expressando reverência a Deus porque Ele é soberano. Hoje em dia muitas pessoas têm uma atitude informal em relação a Deus, mas Jesus ensinou aos discípulos que quando oramos, devemos orar com reverência.
Em terceiro lugar, quando dizemos: “Venha o teu reino”, estamos dando a entender que, “para o Seu reino vir, o meu reino tem que ir. Para a Sua soberania ser expressa em minha vida, eu tenho que sair do trono”. Oramos com esse senso de responsabilidade, buscando o Seu reino e que a Sua vontade e os Seus propósitos se cumpram.
Em quarto lugar, Ele diz que devemos fazer nossos pedidos ao nosso Pai. Podemos pedir as necessidades físicas: “Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano”; necessidades espirituais: “Perdoa-nos os nossos pecados pois também perdoamos a todos que nos devem” e necessidades morais: “Não nos deixes cair em tentação”. ... Nós vamos diante de Deus admitindo que precisamos ser purificados por Ele. Expressamos nosso arrependimento de duas maneiras: confessando nossos pecados a Ele e estando dispostos a perdoar aqueles que pecam contra nós.
Para termos intimidade com Deus teremos que conversar com Deus por meio da oração fundamentada em relacionamento, reverência, responsabilidade, arrependimento e pedidos. Que privilégio podermos vir diante de Deus dessa maneira!—Brett McBride
Encontrando o Pai no lugar secreto da oração
“Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.”[2]
Quando Jesus chamou Seus discípulos e fez Seu primeiro ensinamento público no Sermão da Montanha, Ele explicou que a oração é uma parte vital do novo reino que viera estabelecer, e que devemos ter um lugar isolado onde possamos estar a sós com Deus, um lugar onde nos encontrarmos com Ele diariamente. Ele promete nos encontrar ali.
Esse lugar secreto a sós com Deus, chamado de “câmara interior”, pode ser qualquer lugar, mas deve ser um momento tranquilo a sós com Deus. Deus está no lugar onde há oração e este lugar é cheio do Seu amor! O Seu amor espera por você, por mais fraco que você seja e por mais que tenha pecado.
Esse é o convite que o Pai lhe faz. Ele diz que está esperando por você no lugar secreto de oração. Ele espera por você, Ele Se compadece e ama você! O que conta não é o que você leva a Ele, mas o que Ele, como seu Pai, está esperando para lhe dar. Lembre-se: “É meu Pai — o Deus infinito e eterno — que me convida a um encontro com Ele em oração”.
Como é maravilhoso fechar a porta e orar a Ele em segredo! Jesus ensinou aos Seus discípulos que ali encontrariam o Pai, que Ele ali os esperava. É lá que encontramos o plano de Deus para o nosso dia ou para a nossa vida. Você recebe essa orientação no lugar secreto de oração onde o Seu Espírito lhe dá o poder.
Deus deu Seu Filho para morrer em nosso lugar pelo nosso pecado, mas não apenas por isso, mas para nos dar a vitória sobre o pecado. Deus disse: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.[3] É claro que você não consegue enfrentar sozinho a tentação de pecar; ninguém jamais conseguiu.
A ajuda que você precisa se encontra na oração e na comunhão com Deus na câmara secreta de oração. A intenção de Deus sempre foi que recorresse a Ele por forças, que buscasse a Sua orientação, que Ele o direcione e o ajude. Por isso o lugar secreto de oração é tão importante: porque lá você se equipa e veste a armadura de Deus para enfrentar a batalha.[4]
Revista-se da armadura de Deus, e a Palavra de Deus diz que Ele, o Rei da Glória, que reina eternamente, lhe dará o Seu próprio poder. Por que viver mal equipado se Deus, em amor, lhe oferece exatamente o que você precisa?—Virginia Brandt Berg
Abba, Pai
Na Bíblia, a palavra Pai é sempre precedida pela palavra Abba, e essa frase é encontrada em três passagens. Em Marcos 14:36, na Sua oração no Getsêmani, Jesus Se dirige a Seu Pai dizendo “Abba, Pai”. Em Romanos 8:15, “Abba, Pai” é usada em relação à obra de adoção do Espírito que nos torna filhos de Deus e herdeiros com Cristo. Em Gálatas 4:6, novamente no contexto da adoção, o Espírito em nossos corações clama: “Abba, Pai”. Juntos, os termos Abba e Pai enfatizam duplamente a paternidade de Deus. Recebemos a garantia a certeza em duas línguas, de que Deus cuida dos Seus filhos. …
O direito de ser um filho de Deus e Se dirigir a Ele por “Abba, Pai” é algo que apenas os cristãos que nasceram de novo possuem.[5] Quando nascemos de novo,[6] somos adotados na família de Deus, redimidos da maldição do pecado, e somos feitos herdeiros de Deus.[7] Parte desse novo relacionamento é que Deus passa a nos tratar de uma maneira diferente — como família.
Quando entendemos o que significa nos dirigirmos ao Deus verdadeiro e nosso “Pai” e sermos coerdeiros em Cristo, isso muda a nossa vida. Devido ao nosso relacionamento com nosso Abba, Pai, Ele não mais nos trata como inimigos; podemos nos aproximar dEle com “ousadia”[8] e em “plena convicção de fé”.[9] “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo.”[10]
Tornar-se filho de Deus é a maior honra, e também a mais constrangedora. Por sermos filhos, temos um novo relacionamento com Deus e uma nova posição diante dEle. Em vez de fugirmos de Deus e tentarmos esconder nosso pecado como Adão e Eva fizeram, corremos para Ele, clamando: “Abba, Pai!” e encontramos o perdão em Cristo. Ser um filho adotivo de Deus é a fonte da nossa esperança, a segurança do nosso futuro e a motivação para “vivermos de maneira digna da vocação que recebemos”.[11] O fato de sermos filhos do Rei dos reis e Senhor dos senhores exige de nós um padrão mais alto, um modo de viver diferente e, nos oferece no futuro “uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor”.[12]
Quando Jesus ensinou Seus discípulos a orar, Ele começou a oração com duas palavras repletas de verdade: Pai Nosso. O Deus santo e justo, que criou e sustenta todas as coisas, que é todo-poderoso, onisciente e sempre presente, não apenas nos permite, mas nos encoraja a chamá-lo de “Pai”. Que privilégio nós temos! Que graça maravilhosa Deus nos amar tanto a ponto de Jesus Se sacrificar por nós, o Espírito Santo habitar em nós e nos inspirar ao íntimo clamor de “Abba, Pai!”— GotQuestions.org[13]
Publicado no Âncora em fevereiro de 2022.
[1] Lucas 11:2–4 NVI.
[2] Mateus 6:6.
[3] Zacarias 4:6.
[4] Efésios 6:10–17.
[5] João 1:12–13.
[6] João 3:1–8.
[7] Romanos 8:17; Gálatas 4:7.
[8] Hebreus 10:19.
[9] Hebreus 10:22.
[10] Romanos 8:16–17 NVI.
[11] Efésios 4:1.
[12] 1 Pedro 1:4.
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