O Retorno do Rei
Compilação
J.R.R. Tolkien na sua fantasia épica, O Senhor dos Anéis, nos transporta à Terra Média, onde as forças malignas de Sauron, Senhor de Mordor, trouxeram grande escuridão por toda a terra. Tem sido muito debatido se O Senhor dos Anéis não foi escrito como uma alegoria. O próprio Tolkien declarou que “não gosta de alegorias e todas as suas manifestações”. Um tempo depois, porém, Tolkien escreveu: “É claro que Alegoria e História convergem, encontrando-se em algum lugar na Verdade”.
Profetas e videntes ao longo dos tempos predisseram um fim cataclísmico do mundo, não muito diferente do descrito por Tolkien. Nostradamus escreveu em suas quadras sobre um “anticristo” final e de uma grande guerra sangrenta e ardente: “Pelo fogo, ele destruirá a cidade deles. Um coração frio e cruel. Sangue derramará. Misericórdia para com ninguém.” Os profetas Isaías e Daniel predisseram na Bíblia que no tempo do fim “e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo”; e "as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos.” Jesus também advertiu Seus discípulos de que nos últimos dias "se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.”[1]
“Um Anel para governar a todos, Um Anel para encontrá-los, Um Anel para todos trazer e na escuridão aprisioná-los, na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.”—J.R.R. Tolkien
No livro do Apocalipse, o profeta João visualizou uma criatura que se elevava das profundezas, um monstro que deriva seu poder de um dragão representante dos poderes das trevas. “E vi subir do mar uma besta … e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio.” De acordo com inúmeras profecias bíblicas, esta besta é personificada em uma poderosa figura política que unirá o globo em um governo mundial e exigirá a lealdade de todas as nações. “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?’ ... E deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.”[2]
“Gostaria que isso não tivesse acontecido na minha época”, disse Frodo. “Eu também”, disse Gandalf. “Como todos os que vivem nestes tempos. Mas a decisão não é nossa. Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.” —J.R.R. Tolkien
Apesar de O Senhor dos Anéis descrever um mal impensável, a mensagem subjacente é que há sempre esperança diante de uma grande escuridão. Quando perguntaram sobre os esforços de Frodo para lutar e destruir o anel, Tolkien disse: “Parece mais uma alegoria da raça humana. Sempre me impressionou que estamos aqui sobrevivendo por causa da coragem indomável de pessoas bastante insignificantes face a impossibilidades.” Com tanta escuridão, podemos ser tentados a nos perguntar para que serve um pouco de luz, um pouco de bem, um pouco de amor.
Esta mensagem de esperança para os mansos, os fracos, os impotentes e os oprimidos, que é central em O Senhor dos Anéis, foi proclamada por Jesus quando Ele disse, “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”[3] Jesus não nasceu no poder, mas na mansidão. Sua vida começou em um humilde estábulo; seu pai era um simples carpinteiro, e Seus discípulos eram pescadores iletrados. Ele foi desprezado e perseguido pelos líderes religiosos da época, que finalmente ordenaram a Sua crucificação para impedir a disseminação de Seu evangelho que ameaçava derrubar a instituição religiosa deles.
A mensagem radical de Jesus que levou tamanho medo aos corações dos poderes e governantes da Sua época era a mensagem de verdade e amor—o amor de Deus e o amor ao semelhante—a maior força no universo, que por vim irá aniquilar todo o mal. A rejeição a Deus e às Suas leis amorosas por parte dos homens causou a falta de humanidade no ser humano, coisa tão aparente no mundo hoje com toda a opressão, doenças mentais, vícios, exploração e guerras.
“Realmente, o mundo está cheio de perigos, mas ainda há muita coisa bonita, e embora atualmente o amor e a tristeza estejam misturados em todas as terras, talvez o primeiro ainda cresça com mais força. Há entre nós alguns que cantam que a Sombra voltará e a paz virá novamente.”—J.R.R. Tolkien
Quando Jesus foi cruelmente crucificado, parecia que as luzes haviam se apagado no mundo e que Sua mensagem fora extinta. Mas três dias após a morte, Ele ressuscitou. Antes de ascender ao céu, Ele prometeu a Seus discípulos que Seu Espírito viveria neles enquanto espalhassem a luz de Sua verdade e amor aos outros. Ele também disse que um dia voltaria para conquistar o mal, o ódio e todas as obras perversas do Senhor das Trevas e estabelecer o reino de amor de Deus na Terra. “Amém. Vem, Senhor Jesus!”[4]
Quando Jesus vai retornar?
Mateus capítulo 24 fala da Segunda Vinda de Jesus, quando Ele voltará para reunir todos que O receberam como Salvador e levá-los para o Céu, para junto de Si—um evento comumente chamado de “Arrebatamento”. Durante quase 1.800 anos, praticamente todos os cristãos acreditaram que Jesus voltaria após o período a que Ele Se refere como “a Grande Tribulação, três anos e meio de intensa perseguição”.
Somente nos últimos séculos é que interpretações como a de C. I. Scofield (1843-1921) surgiram com a falsa doutrina de que Jesus viria antes da Tribulação. Esta interpretação dá a seguinte ideia: “Não se preocupe, Jesus virá e o levará embora deste mundo antes que a tribulação venha, para que você não tenha que sofrer.” Mas o que diz a Bíblia?
Em Mateus 24, quando os discípulos de Jesus Lhe perguntam qual será o sinal da Sua vinda, Jesus responde não com um, mas com uma série de sinais—guerras, fome, pestes, terremotos, perseguição aos cristãos, proliferação de falsos profetas, desrespeito à lei, falta de amor generalizada, e o evangelho sendo pregado em todas as nações. “E então,” diz Ele, “virá o fim.”[5]
Começando com o próximo versículo, Jesus nos diz o que podemos esperar durante a Grande Tribulação—os últimos três anos e meio antes do Seu retorno, que é também a última metade do reinado do Anticristo. Jesus também nos diz qual sinal específico devemos observar, para sabermos exatamente quando esse período está começando:
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo ... haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.”[6]
Vemos no livro do Apocalipse que essa “abominação da desolação” é uma imagem do Anticristo, ou a Besta.[7] Tanto Daniel como o Apocalipse nos dizem que esta imagem será posta no lugar santo exatamente no meio do reinado de sete anos do Anticristo.[8]
Quando Jesus vai voltar? “Imediatamente após a tribulação daqueles dias” Jesus retornará.[9] Jesus não diz que quando virmos a abominação da desolação no lugar santo Ele então vai voltar para arrebatar os Seus seguidores para livrá-los do Anticristo e de todas as dificuldades por vir. Ele adverte os Seus seguidores para “fugir para os montes” e se prepararem para o tempo de grande tribulação.[10] Em outras palavras, os Seus seguidores ainda estarão aqui.
Por que o Senhor e os profetas se deram todo o trabalho de registrar exatamente quanto tempo a Grande Tribulação duraria—o tempo exato em termos de dias, meses e anos—se os Seus seguidores não precisariam saber essas coisas, se não estariam aqui, contando os dias e as semanas?[11] Jesus foi específico porque Ele quer que aqueles de nós “que estivermos vivos” durante esse tempo[12], possamos nos encorajar sabendo que a Tribulação não vai durar para sempre, e que cada dia que passa está trazendo o glorioso fim mais próximo.
Jesus nos adverte para não esperá-lO antes do que foi previsto. Ele também nos adverte para não sermos enganados por falsos profetas que tentarão nos dizer que a vinda de Cristo é iminente ou que Ele já está aqui em algum lugar.[13] Ele diz para não acreditarmos neles, porque quando Ele vier, nós saberemos!
Algumas pessoas que ensinam um Arrebatamento pré-tribulação até mesmo afirmam que será um Arrebatamento secreto, e que ninguém verá, exceto os salvos. Entretanto, a Palavra de Deus diz que o Senhor “virá nas nuvens do céu com poder e grande glória”. O céu se iluminará de uma ponta a outra, e haverá tais sinais nos céus que não poderíamos confundir o fato de que Jesus está vindo. Na verdade, ele diz que “todo olho O verá”.[14] Todos saberão que Jesus voltou!
Quando Ele voltar, todos verão os que morreram em Cristo—os salvos que já morreram—ressuscitarem e irem ao Seu encontro nos ares. Também ouvirão Jesus, porque “com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu”.[15] Será o maior espetáculo que o mundo já viu!
Depois que os mortos ressuscitam para se encontrarem com o Senhor, “nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares”.[16] E assim estaremos com o Senhor para sempre.
Compilado do material da Contato. Adaptado e republicado em agosto de 2021.
[1] Mateus 24:7–8 ESV.
[2] Apocalipse 13:1–4, 7 ESV.
[3] Mateus 5:5, 9 KJV.
[4] Apocalipse 22:20 NVI.
[5] Mateus 24:4–14.
[6] Mateus 24:15, 21.
[7] Apocalipse 13:14–15.
[8] Daniel 9:27; Mateus 24:15–21; Apocalipse 13:5.
[9] Mateus 24:29 NVI.
[10] Mateus 24:16–22.
[11] Daniel 7:25; Apocalipse 12:6, 13:5.
[12] 1 Tessalonicenses 4:17.
[13] Mateus 24:23–26.
[14] Apocalipse 1:7.
[15] Mateus 24:27, 30; Atos 1:9–11; 1 Tessalonicenses 4:16 NVI; Apocalipse 1:7.
[16] 1 Tessalonicenses 4:17 NVI.
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