O Ocaso da Vida
Compilação
Ó amigos que hoje se encontram,
No lindo dia com o sol a brilhar,
Eles me chamam a seguir
Os passos que estiveram a trilhar;
Deixaram para trás sua armadura,
Sua corrida terrena terminaram;
Guardaram a fé com paciência
E a coroa de vida ganharam.
Eles chamam gentilmente.
Docemente me chamam a seguir,
E vejo por entre as sombras
Abençoadas luzes de meu lar a luzir.
—Fanny Crosby
*
Eu acho que talvez o Senhor queira que passemos mais tempo sozinhos preparando para deixar esta terra e ir para o céu. Mais tempo em comunhão com Ele, refletindo sobre nossas vidas e vendo o que realizamos; pensando e orando muito sobre se estamos fazendo o nosso melhor para o Senhor, e orando sobre o que mais poderíamos fazer.
Observamos o pôr do sol e pensamos no pôr do sol da nossa vida; vemos o amanhecer e pensamos no amanhecer do amanhã. Às vezes nos perguntamos qual será o nosso último amanhecer. Às vezes nos perguntamos se este é o último e se temos feito tudo que podemos, e se Ele vai dizer: “Bem está, querido filho!”
Quando você vê o pôr do sol, se pergunta se fez o que podia hoje. E ao ver o sol nascer, se pergunta se vai fazer todo o possível amanhã.
O sol nascerá amanhã, sim amanhã,
O sol na sua glória espera por mim;
O sol nascerá amanhã, sim amanhã,
Nascerá com Jesus por toda eternidade.
—Slim Whitman
Não haverá mais tristeza, então, obrigado, Senhor! Não haverá mais doença, tristeza, dor ou morte! Não haverá mais pôr do sol, apenas o nascer do sol para nós no Céu.
Realmente o ajuda a ter as prioridades corretas e perceber o que é importante e o que não é. Acho que, em parte, é o Senhor nos preparando para morrer, porque isso é algo que todo o mundo terá de enfrentar, em um certo sentido, a sós com o Senhor ou com um de seus emissários. Graças a Deus não temos que enfrentar a morte sozinhos. Eles costumavam cantar uma antiga canção:
Não terei que cruzar o Jordão sozinho.
Jesus morreu pelos meus pecados.
Quando a escuridão eu vir enfim,
Ele estará esperando por mim.
Não terei que cruzar o Jordão sozinho.
—Thomas Ramsey
Seria ótimo se o ocaso de uma vida fosse tão lindo como o ocaso na criação de Deus. Seria maravilhoso se pudéssemos morrer de forma tão bela como o amanhecer. — De maneira tão linda, graciosa e tranquila, com algumas doces palavras de despedida, algumas palavras finais.—David Brandt Berg
*
William Nelson, general da União na guerra Civil, foi consumido pelas batalhas em Kentucky quando, em uma briga, foi atingido com um tiro mortal no peito. Ele havia enfrentado muitas batalhas, mas o golpe fatal veio enquanto ele estava relaxando com seus homens. E ele foi pego totalmente despreparado.
Quando os homens subiram as escadas correndo para ajudá-lo, o general tinha apenas uma frase: “Chame um clérigo; quero ser batizado.” Ele nunca teve tempo quando era adolescente ou jovem. Nunca teve tempo quando era soldado nem depois que se tornou general. E o seu ferimento não parou ou abrandou a guerra. Tudo à sua volta ficou praticamente inalterado, com exceção das prioridades do general. A poucos minutos de adentrar a eternidade, a única coisa que lhe importava era a preparação para a eternidade. Ele queria ser batizado. Trinta minutos depois ele estava morto.[1]
*
Quando Corrie ten Boom do famoso livro The Hiding Place [O Esconderijo] era uma garotinha na Holanda, ela se deparou pela primeira vez com a morte depois de visitar a casa de um vizinho que havia morrido. Ela ficou impressionada com o pensamento de que um dia seus pais também iriam morrer. O pai de Corrie a consolou com suas palavras de sabedoria. “Corrie, quando nós vamos à Amsterdam, quando é que lhe dou os bilhetes?”
“Logo antes de entrarmos no trem,” foi sua resposta.
“Exatamente,” disse seu pai, “e o nosso sábio Pai no céu sabe quando vamos precisar das coisas. Não queira correr na frente dEle, Corrie. Quando chegar a hora de morrer, você encontrará a força que precisa no fundo do seu coração bem na hora.”[2]
*
Um amigo meu visitou Portugal há alguns anos em uma turnê evangelística. Ele ficou encantado em encontrar muitos crentes que eram “gigantes espirituais”, entre eles um missionário da Grã-Bretanha chamado Eric Barker. Ele tinha passado mais de 50 anos em Portugal pregando o Evangelho, muitas vezes em condições adversas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a situação tornou-se tão crítica que Barker foi aconselhado a enviar a sua esposa e oito filhos para a Inglaterra por segurança. Sua irmã e seus três filhos também foram evacuados no mesmo navio. Apesar de seus parentes queridos terem sido forçados a partir, ele ficou para trás para continuar o trabalho. No dia do Senhor após a sua saída, ele estava diante de sua congregação e disse: “Acabei de receber a notícia de que toda a minha família chegou em segurança ao lar!” Ele então começou com o culto como de costume.
Mais tarde, o pleno significado de suas palavras foi revelado a todos. Pouco antes da reunião, ele soube que um submarino tinha torpedeado o navio, e todos a bordo se afogaram. Ele sabia que, porque todos eram crentes, haviam chegado ao “porto mais desejado”. Apesar de estar avassalado com a dor, ele foi capaz de elevar-se acima das circunstâncias, pela graça de Deus, e continuar a servir o Senhor. Saber que sua família estava desfrutando da imensa felicidade do Céu era o consolo de seu coração.—Henry G. Bosch
*
D. L. Moody costumava dizer: “Um dia vocês vão ler no jornal que D. L. Moody do Leste de Northfield está morto. Não acreditem em nem uma palavra! Nesse momento eu estarei mais vivo do que nunca!”[3]
Publicado pelo Âncora em agosto de 2016.
[1] Christianity Today, 1994.
[2] Today in the Word.
[3] The Wycliffe Handbook of Preaching and Preachers.
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