O Doloroso Processo para se Alcançar Graças Cristãs
Uma compilação
“Acorde, vento norte! Venha, vento sul! Soprem em meu jardim, para que a sua fragrância se espalhe ao seu redor!”[1]
Refletindo um momento no significado desta oração vemos que a base dessas palavras é que, assim como os aromas e fragrâncias agradáveis estão latentes na árvore de condimento, também as graças podem permanecer inertes no coração do cristão. Existem muitas plantas, mas o solo onde se encontram não exala a fragrância de bondade e afeto, ou atos cristãos. Os mesmos ventos sopram no arbusto e na árvore aromática de condimento, mas só um exala uma fragrância agradável.
Às vezes, Deus sopra ventos severos de provações sobre Seus filhos para eles desenvolverem diferentes graças cristãs. Assim como as tochas ardem mais quando o vento sopra; e assim como o junípero libera o aroma mais doce quando é queimado, as maiores qualidades do cristão muitas vezes surgem como resultado do vento norte do sofrimento e da adversidade. Corações feridos frequentemente exalam uma fragrância que Deus adora inalar. —Mrs. Charles E. Cowman[2]
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Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. —Hebreus 12:11[3]
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A dor pesa, mas gera resultados preciosos. “Não é razão de alegria, mas depois produz fruto.”[4] Esse “depois” tem um grande significado. Quem pode fazer uma estimativa das cem vezes mais bênçãos de cada momento de dor? Os Salmos estão cristalizados em lágrimas. Muitas das Epístolas foram redigidas na prisão. Os maiores professores aprenderam suas lições mais úteis na escola dos pesares e tristezas. O caráter mais nobre foi forjado na fornalha. Estamos falando de atos que permanecerão para sempre. Obras-primas de arte, música, e literatura surgiram nos períodos de tormentas e agonias dilacerantes. E o mesmo no caso da disciplina na terra. Dores e pesares produzem os melhores resultados na nossa vida. “O caminho da tristeza, e apenas esse caminho, leva a um lugar que não conhece tristeza.”
Ser santo é resultado de sofrimento — quando a pessoa é santificada pela graça de Deus. O sofrimento em si não nos torna santos, porque essa é uma prerrogativa do Espírito de Deus. Na verdade, muitos que sofrem são pessoas duras, desagradáveis, e queixosas. No entanto, o sofrimento nos faz querer deixar as distrações da vida terrena e ser influenciados pela graça de Deus, que se manifesta mais quando estamos calmos e sossegados, quietos em um local protegido, com luz tênue, enquanto o corpo ou a mente padecem. Quem não se disporia a sofrer, se, com isso, pudesse partilhar desse maravilhoso resultado e se tornar “participante da santidade de Deus”?
Outro produto é o fruto. Observe todo o precioso fruto como, por exemplo, paciência, que suporta a vontade do Pai; a confiança, que percebe a mão do Pai atuando; a paz que o deixa sossegado, satisfeito com o plano do Pai; a justiça, que aquiesce ao que o Pai pede; o amor, que se aproxima ainda mais do coração do Pai; e a gentileza, que trata outros com leniência, como resultado das lições aprendidas.—F. B. Meyer[5]
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Não é natural sermos gentis com todos. Existem arestas a serem limadas; existe a tendência de ignorarmos os sentimos alheios, de esquecermos que as pessoas sofrem e carregam fardos pesados. Nós não somos gentis com outros porque nossos corações nunca foram pisados. As melhores universidades jamais poderão nos ensinar a arte da empatia, uma qualidade divina. Precisamos passar pelos vales profundos para podermos guiar outros. Precisamos sentir o estresse, carregar os fardos e suportar a luta para podermos ser tocados e ajudar outros nas suas dificuldades e estresses.—Mrs. Charles E. Cowman[6]
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Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das tuas mãos.”[7]
Nesta e em várias outras passagens na Bíblia, o Senhor é comparado a um oleiro e nós ao barro nas Suas mãos. — O barro que ele quer transformar em um vaso útil para cumprir o Seu propósito.[8]
O oleiro pega uma porção de argila e coloca no torno. Conforme ele vai girando, o oleiro molda e dá a forma que deseja, na esperança de criar uma linda peça. A argila fica em movimento constante nas mãos do oleiro, em um processo demorado até ser moldada.
Ao descobrir uma imperfeição, caroço ou ranhura, o oleiro amassa a peça, acrescenta mais água para torná-la macia e maleável novamente, e trabalha nela até conseguir criar uma peça nova e melhor.
No princípio, quando o oleiro começa a amassar e refazer a peça, ela provavelmente não acha aquilo muito bom. Mas no final vai ser uma peça muito melhor.
E justamente quando o vaso acha que o pior já passou, ele é colocado em um forno incandescente para enrijecer o barro, e então se torna uma peça fortíssima.
“Mas o vaso de barro que ele estava formando se estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade.... ‘Será que não posso eu agir com vocês como fez o oleiro?", pergunta o Senhor. "Como barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos’!”[9]
Por acaso o barro tem o direito de indagar sobre as decisões do oleiro? “Dirá a coisa formada ao que a formou, ‘Por que me fizeste assim?’ Acaso o oleiro tem poder sobre o barro?”[10]
Lembre-se: Deus faz tudo em amor. Ele o está transformando em um vaso especial e lindo, um vaso útil que poderá conter a água do Seu amor que Ele deseja derramar para refrescar outros. Você está nas melhores mãos. Confie nEle.—Shannon Shayler[11]
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As pessoas são como vitrais: brilham e reluzem em dias de sol. Mas quando fica escuro, a sua verdadeira beleza só pode ser revelada por meio da luz interior. —Elisabeth Kübler-Ross
Publicado no Âncora em abril 2014.
Tradução Hebe Rondon Flandoli. Revisão Denise Oliveira.
[1] Cânticos de Salomão 4:16 NVI.
[2] Manancial no Deserto, Volume 1 (Editora Vida).
[3] NVI.
[4] Hebreus 12:11.
[5]The Way Into the Holiest (Fleming H. Revell, 1893).
[6] Manancial no Deserto, Volume 2 (Zondervan, 1977).
[7] Isaías 64:8.
[8] 2 Timóteo 2:21.
[9] Jeremias 18:4, 6 NVI.
[10] Romanos 9:20–21 NVI.
[11] Superando Obstáculos (Aurora Production, 2010).
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