Louvor e Adoração
Peter Amsterdam
“Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor desde os céus, louvai-O nas alturas. Louvai-O, todos os Seus anjos; louvai-O, todos os Seus exércitos celestiais. Louvai-O, Sol e Lua; louvai-O, todas as estrelas luzentes. Louvai-O, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou Ele, e logo foram criados. Louvai o nome do Senhor, pois só o Seu nome é exaltado; a Sua glória está sobre a terra e o céu.”—Salmo 148:1–5, 13[1]
O louvor é essencial à adoração, pois é quando verbalizamos o reconhecimento do valor de Deus. Louvar a Deus é adorá-lO pelo que Ele é.
Agradecer também é parte integral da adoração. Damos graças a Deus por tudo que Ele fez, continua a fazer e, em especial, pela salvação. “Eu Te louvarei, ó Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as Tuas maravilhas. Em Ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao Teu nome, ó Altíssimo.”[2]
Quando vimos diante do Senhor, adorando-O pelo que Ele é e pelo que fez, muitas vezes ficamos mais conscientes da nossa “humanidade”, especialmente das nossas limitações, fraquezas, incapacidades e pecados. Isso nos dá uma atitude de humildade e contrição.
Quando o profeta Isaías viu o Senhor em Seu trono, as orlas do Seu manto enchendo o templo, o templo cheio de fumaça e os anjos ao Seu redor dizendo “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da Sua glória”, sua reação foi de humildade e contrição. Ele disse: “Ai de mim, que vou perecendo! porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos.”[3]
A santidade e a perfeição de Deus trouxeram ao profeta um profundo senso de impureza e de pecado, deixando-o humilhado e contrito. Da mesma forma, devemos vir diante do Senhor com uma atitude similar com respeito à nossa indignidade e com enorme gratidão pela salvação, que é o que nos permite vir à Sua presença e ser um de Seus filhos.
Quando lemos mais a respeito da experiência de Isaías, entendemos que ele está vendo o Senhor, recebendo reparação pelo seu pecado e um chamado para o serviço a Deus. “A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui. Envia-me a mim.”[4] Estar na presença do Senhor lhe deu o desejo de servir Deus.
O apóstolo Paulo se referiu ao nosso serviço para o Senhor como uma forma de adoração, quando escreveu: “Meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a Ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.”[5] A motivação para fazer a vontade de Deus, atender ao Seu chamado, servi-lO é parte e resultado da nossa adoração.
Adoramos Deus como Ele quer se adorado, em espírito e verdade, quando entramos pelos Seus portões com graças e em Seus átrios com hinos de louvor. Quando Lhe agradecemos, bendizemos Seu nome por tudo que Ele é, expressando nosso profundo amor por Ele, dando-Lhe reverência, honra e exaltando Sua majestade em humildade e contrição.
Como crentes somos chamados para adorar o Senhor em privado, publicamente e em congregação. Espera-se dos cristãos que adorem juntos de tempo em tempo. Em um encontro de pessoas para adorar e orar há elementos que não estão presentes quando um indivíduo faz isso sozinho. No livro do Apocalipse, podemos ter um vislumbre de como a adoração em grupo acontece no céu:
Então olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e o número deles era milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando com grande voz: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor!”[6]
Contudo, a adoração em congregação não basta. Devemos adorar individualmente também. Nos Evangelhos lemos que Jesus ia à sinagoga e também a várias festividades religiosas no templo em Jerusalém, que eram locais apropriados para adoração na Sua época. Mas Ele também Se levantou cedo de manhã e Se afastou de todos para comungar com Seu Pai. Jesus falou de adoração em privado quando disse: “Entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.”[7]
Todo bom relacionamento exige investimento de esforço para permanecer forte. E para nos mantermos próximos do Senhor devemos comungar com Ele em adoração e oração, tratarmos Deus com amor, honra e reverência, louvá-lo, agradecer-Lhe e nos deleitarmos nEle.[8]
A adoração exige um esforço de nossa parte no que diz respeito à regularidade com que devotamos tempo para adorar o Senhor. É preciso determinação para ir à presença do Senhor em espírito e verdade. Adorar é mais que uma ação rotineira em que oramos, louvamos e cantamos, mas é vir espiritualmente à Sua presença, conectar nossos espíritos ao dEle. Tal como Donald Whitney escreveu: “As águas da adoração não devem jamais parar de fluir de nosso coração, pois Deus é sempre Deus e sempre digno de ser adorado.”
A adoração deve ser parte de nossa conversa com Deus ao longo do dia. Quando olhamos para Sua criação, para uma mãe com um bebê, para as estrelas no céu, quando pensamos no Senhor, podemos render honra, louvor e graças ao Senhor pelas Suas obras maravilhosas, pelo que Ele fez, faz e é. Podemos adorá-lO quando meditamos na Sua Palavra, quando pensamos nas bênçãos que nos concedeu, na misericórdia com que nos acolhe, na graça que nos dá quando oramos e O buscamos.
Quanto mais verbalizarmos que Deus é, o que fez e faz, mais presente Ele se torna em cada aspecto do nosso dia a dia. Quando regularmente reconhecemos Seu amor, compaixão, misericórdia, bondade e justiça, abraçamos essas virtudes e provavelmente nos empenharemos mais para incluí-las nas nossas interações com os outros. Quando O louvamos pelo Seu poder, Sua presença, Sua onisciência, lembramos que Ele está sempre presente, que sabe tudo a nosso respeito, que nos criou, que conhece nossos pensamentos e intenções de nossos corações. Isso pode fortalecer nossa determinação de fazer o melhor ao nosso alcance para viver em conformidade com Sua Palavra, tratar os outros com amor e fazer aos outros o que queremos que façam conosco.
Adorar em espírito e verdade deveria ser o cerne do nosso relacionamento com Deus, nosso Criador.
“Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos, ajoelhemos diante do Senhor que nos criou! Dai ao Senhor a glória devida ao Seu nome; adorai o Senhor na beleza da Sua santidade.”—Salmo 95:6; 29:2
Publicado originalmente em maio de 2014. Adaptado e republicado em julho de 2018.
[1] A menos que de outra forma indicado, todos os versículos aqui citados foram extraídos da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.
[2] Salmo 9:1–2.
[3] Isaías 6:1–5.
[4] Isaías 6:6–8.
[5] Romanos 12:1, NTLH.
[6] Apocalipse 5:11–12.
[7] Mateus 6:6.
[8] Salmo 37:4.
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