Força do Bem: Networking
Peter Amsterdam
A essência do networking é a construção de relações. Elas podem compreender uma grande variedade de amigos, conhecidos, colegas, pessoas do seu círculo de negócios, gente com quem você interage com frequência e aqueles que com regularidade apoiam sua obra com grandes ou pequenas contribuições. Networking é essencialmente construir conexões por meio de parcerias e interação. Quer essas relações cheguem a testificação ou gerem oportunidades de cooperação em favor de obras filantrópicas, têm o potencial de contribuir para que o amor de Deus seja disseminado.
Em termos simples, networking é conhecer pessoas, criar um círculo de amigos, conhecidos e colegas para benefício de todos os envolvidos. O verdadeiro networking não é pensar no que se pode conseguir para si ou para o seu trabalho, mas sim no que se pode oferecer a outros. Baseia-se no interesse sincero pelas pessoas com as quais se relaciona, visando contribuir para satisfazer suas necessidades. Nesse processo, o seu círculo de networking vai expandir sua maneira de pensar, oportunidades e potencial.
Parceria ou colaboração é definido como um acordo entre duas ou mais partes em prol de uma meta, mais uma vez, para benefício mútuo. […] Oportunidades para parcerias é um dos resultados de um bom networking.[1]
A seguir, encontram-se boas dicas e conselhos que podem ser aplicados aos seus esforços de networking e colaboração.
Networking requer investimento. É principalmente investir nas pessoas e não apenas procurar formar uma rede de relacionamentos pensando no que pode receber dos outros, mas como pode contribuir e trazer algo diferente para o contexto, para construir relacionamentos pessoais com os demais.
O seu êxito na criação de uma rede de relacionamentos será visível quando você passar a ser percebido como um recurso para seja o que for que a sua empresa tem a oferecer. Se na tentativa de formar uma rede, você sair atirando para todos os lados ou procurar excessivamente atender às suas próprias necessidades, os resultados serão pífios.
Networking não é usar os outros nem pedir ajuda. Em outras palavras, se for construir uma rede de relacionamentos quando os negócios estiverem em baixa, ou quando estiver tentando vender algo, as pessoas vão sair correndo quando o virem se aproximar.[2]
Se a sua interação ou comunicação com os demais basear-se exclusivamente no que eles podem fazer por você ou seu trabalho, ou ainda, se forem apenas relacionamentos comerciais, tipicamente você não avançará muito no sentido de firmar um relacionamento sólido ou amizades profundas. A meta do networking é tecer relacionamentos e, em última análise, fazer bons amigos, o que pode exigir trabalho e investimento. É preciso estar preparado para dar a sua contribuição, para construir uma rede de relacionamentos de sucesso e um alicerce de confiança que subsistirá ao tempo.
Aqui vão algumas dicas:
• Comece procurando conhecer a pessoa. Construa uma relação de confiança.
• Conduza a conversa para que gire em torno da outra pessoa. As pessoas adoram falar de si mesmas. Descubra algo da vida pessoal da outra pessoa... Isso demonstra que o seu interesse por ela é maior do que pelo negócio dela.
• Pense em maneiras de ajudar seu novo conhecido a alcançar seus objetivos comerciais ou até pessoais. Diga-lhes como você pode ajudá-los sem custo. É um momento em que você não está vendendo seus serviços/produtos, mas ajudando.
• Quando o ambiente estiver tranquilo e relaxado, não tenha medo de, confiantemente, comunicar o que você faz e dar à pessoa mais informações. Se feito da maneira certa, as pessoas vão querer saber mais.
São habilidades que exigem tempo e esforço, mas o mais importante é entender como funciona o trabalho em redes.[3]
Um dos princípios do networking é que devemos estar dispostos a ser doadores. No caso do nosso trabalho na missão, essa doação pode se dar pela participação em iniciativas ou obras sociais ou na coordenação das mesmas. Pode significar participar de eventos, falar em reuniões ecumênicas, ajudar em alguma obra social, colaborar com um seminário ou esforço de caráter comunitário. Essa doação pode ocorrer de diferentes maneiras e é simplesmente parte da etiqueta adequada —damos e recebemos. E com a mesma medida com que medirmos, nos será medido.[4]
Uma maneira fácil e rápida de conhecer pessoas e criar uma rede de relacionamentos é frequentar organizações, clubes, grupos de interesse especial, participar de seminários, conferências, convenções, eventos ou quaisquer espaços públicos que tratem de assuntos que lhe sejam relevantes.
Muitas das habilidades que se adquire na testificação, follow-up, trabalho em equipe e relacionamentos transculturais podem ser úteis na hora de se relacionar com as pessoas e formar um network.
A seguir encontram-se trechos de um livro no qual o autor fala de algumas “regras para criar relacionamentos” e network:
Empatia
É a habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa e ver as coisas do ponto de vista delas. Ela pode ser inata ou adquirida. A empatia é essencial e tem de ser visível. As pessoas do seu relacionamento comercial devem sentir que você as entende. Quando alguém lhe disser: “É bom trabalhar com você”, pode acreditar que você tem empatia!
Cortesia
Envolva-se com a pessoa por meio de uma atitude compreensiva. Isso a surpreenderá e a fará sentir-se importante. O bate papo informal pode muitas vezes parecer superficial e artificial. Tenha uma conversa verdadeira com seu contato e observe sua reação. Seja caloroso na comunicação e use uma linguagem corporal positiva.
Respeito
Nunca presuma que seus contatos comerciais compartilharão de suas opiniões e atitudes. O mundo está cheio de pessoas diferentes, com ideias, preconceitos e opiniões que podem ser diferentes dos seus. A cultura deles pode ser bem distante da sua, mas isso não a torna menos importante. Talvez você ache que algumas posturas e costumes sejam um tanto incomuns. As práticas de trabalho também podem parecer estranhas. Por isso, para tecer um relacionamento de trabalho, ajuda se dar bem com os colegas. Embates e confrontos não formam a base para uma boa relação!
Se conseguir entender as atitudes e costumes do seu contato, poderá respeitá-los, mesmo que sejam totalmente diferentes dos seus. Respeite a individualidade e leve em conta o tipo de pessoa com quem está se relacionando. Se fizer um esforço para “entrar em sintonia” com as outras pessoas, conseguirá ter uma boa interação com elas.[5]
Outro autor se refere aos tipos de habilidades necessárias para construir relações como a técnica “Triplo A”:
Aceitação.
Aceitação é uma vitamina. Todos queremos ser aceitos como somos. Não crie padrões pessoais inflexíveis de como você entende que as outras pessoas deveriam agir. Dê ao próximo o direito de ser ele mesmo. Se for um tanto estranho, paciência. Não insista que os outros façam tudo como você e goste das mesmas coisas que você gosta. Faça com que as pessoas à sua volta se sintam à vontade.
Pode parecer estranho, mas quem aceita as pessoas e gosta delas como são tem mais chances de mudar o comportamento delas para melhor. Como um psicólogo expressou: “Ninguém consegue mudar ninguém. Entretanto, ao gostar de alguém como ele é, você lhe dá o poder para mudar a si mesmo.”
Aprovação.
O segundo “A” mágico pelo qual todos anseiam é aprovação. A aprovação vai além da aceitação. Comparativamente, a aceitação é principalmente algo negativo. Aceitamos o outro com seus defeitos e limitações e lhe oferecemos a nossa amizade. Mas a aprovação significa algo mais positivo. Vai além da tolerância e encontra algo bom que nos agrada.
Sempre é possível encontrar algo que você aprove na outra pessoa —e você pode sempre encontrar algo para desaprovar. Depende do que está procurando. … Se você for uma pessoa positiva, estará atento às coisas que receberão a sua aprovação.
Apreço.
Outra carência essencial é de apreço. A palavra “apreciar” significa valorizar. Seu antônimo, “depreciar”, quer dizer “rebaixar o valor”. Sempre buscamos pessoas que nos deem mais valor e que não nos diminuam. […] Ao demonstrar apreço por alguém, você aumenta o valor e o êxito dessa pessoa.
Construindo conexões
Estas são algumas dicas para construir conexões com as pessoas após o primeiro contato:
Se, apesar do fato de que não concordaremos em tudo, estivermos dispostos a trabalhar com os outros, aceitá-los e valorizá-los, o Senhor poderá abrir muitas novas portas para bom network e parcerias, e poderemos criar diferentes tipos de relacionamentos com muitas pessoas.
Com certeza, conhecer pessoas e identificar nossos interesses comuns é apenas o primeiro passo. O segundo e até mais importante é cultivar o relacionamento pelo contato continuado. Isso provavelmente exigirá eficiência na coleta de cartões, informações do contato e endereços de e-mail das pessoas que você conhece no contexto de networking e organizar as informações de maneira a torná-las de fácil acesso para que aquele primeiro contato seja o início de um relacionamento. Isso inclui anotar as informações pertinentes sobre a pessoa, seus interesses, informações que tenham solicitado, ou incluí-la numa lista de correspondência direcionada aos seus interesses.
Construir a partir desse contato inicial é essencial para estabelecer um ponto de comunicação que você poderá cultivar no futuro. Encontrar a abordagem que despertará o interesse das pessoas ajuda a levar aquele contato inicial um passo além. Se não for alguém com quem você tenha contato frequente, o simples fato de você haver estabelecido comunicação por e-mail ou tê-las na sua lista de contatos estabelece um elo a partir do qual a relação poderá evoluir no futuro, conforme a necessidade.
Às vezes, as pessoas estarão tão interessadas que elas próprias o contatarão, mas é sempre mais seguro tomar a iniciativa de dar prosseguimento ao contato e cultivar uma relação que resulte em uma conexão continuada. Considerando como muitas pessoas são ocupadas, vão gostar de um e-mail ou um simples telefonema que mantém a conexão sem lhes tomar muito tempo nesse estágio inicial.[6]
Os princípios relacionados a ser uma “testemunha instantânea” podem ser aplicados a networking, no sentido de aproveitar as oportunidades que surgirem para conhecer pessoas e estabelecer conexões com elas.
Existem muitas dicas e princípios para a construção de redes duradouras e para criar relações de confiança. Entretanto, o fator mais importante na equação é interesse genuíno pelos outros. Estar disposto a tomar uma postura afirmativa e generosa, para dar contribuição e manifestar um interesse sincero na vida delas são os elementos necessários para construir relacionamentos duradouros.
Apesar de que construir e manter relacionamentos de trabalho em rede demora e exige investimento e paciência, poderá gerar oportunidades para tocar as vidas daqueles que o Senhor quer colocar no seu caminho. Pode abrir as portas para a construção de amizades profundas e dividir as Boas Novas com outros. Pode ser também uma plataforma para “traduzir o amor de Deus em ação de maneira a influenciar o espírito de alguém com um toque do divino”. Em última análise, pode “conduzir as pessoas à descoberta de um relacionamento pessoal com Jesus” ou ajudar “na qualidade de vida espiritual das pessoas”.[7] Networking pode se tornar uma fronteira quase ilimitada ou abrir inúmeras portas de oportunidades para fazer uma diferença na vida dos outros.
Publicado originalmente em fevereiro de 2011. Adaptado e republicado em junho de 2013. Tradução Hebe Rondon Flandoli.
[1] Originalmente publicada em julho de 2009.
[2] Don Crowther, “How to Reach Your Business and Career Goals Through Professional Networking.”
[3] Cortesia of Don Crowther's 101PublicRelations.com.
[4] Lucas 6:38.
[5] Frances Kay, “Brilliant Business Connections: How Powerful Networking Can Transform You, and Your Company's Performance” (Oxford, UK: How To Books, 2004).
[6] Trechos de aulas para portavozes da Família Internacional, 2009.
[7] O Propósito Fundamental de A Família Internacional.
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