Saber se Comunicar com Crianças É uma Arte

Julho 16, 2013

Uma compilação

Lembra-se do velho ditado “o silêncio vale ouro”? Os pais têm muita dificuldade em assimilar este conceito. Achamos que quando a criança faz uma afirmação, espera uma resposta. E, logicamente, nós respondemos, achando que é importante nos comunicarmos com nossos filhos. Mas vou lhe passar um novo conceito: Você não precisa responder a todo comentário que sai da boca do seu filho. Às vezes a comunicação mais eficaz é ficar quieto. Existem ocasiões quando é bom o seu filho ter a primeira palavra... e também a última e única palavra.  

Aplica-se principalmente aos momentos quando as crianças fazem “anúncios” que mais parecem queixas, e até comentários injustos culpando os pais. Tipicamente, os pais respondem dando sugestões, esclarecimentos, ou simplesmente discordando da afirmação. Mas essas respostas aparentemente inocentes têm o potencial para deflagrar uma luta por poder, já que sem querer estão desafiando os filhos a defenderem o seu ponto com maior veemência.

Em vez de dar a sua opinião,  apenas ouça. Preste atenção, mas não sinta que deve comentar quando não é necessário. Lembre-se que ficar em silêncio é uma grande habilidade na arte da comunicação. ... O silêncio é uma maneira de reconhecer o problema apresentado por seu filho sem se envolver. Agir assim não é hostilidade nem rejeição, mas, por outro lado, também o protege de ser o alvo da ira da criança. Acredite ou não, a maior parte do tempo as crianças dizem as coisas para desabafar. Elas não esperam nenhuma atitude da sua parte.

É importante se lembrar de usar as palavras não muito valorizadas que na verdade são difíceis de gravar: “Sei como é”, “É verdade”, “Entendo”. Elas são como pequenos salva-vidas que podem evitar um confronto. Além de versáteis, são poucas, e podem ser usadas de diversas maneiras. O segredo está na entonação de voz e na ênfase. Pode usar um ponto final, que será interpretado como “Acabou a conversa”; como exclamação, interpretado como “Entendi perfeitamente”; ou até mesmo com uma interrogação, “Gostaria de saber mais sobre o assunto”.

Quando usa a regra do “silêncio é ouro” e “seja breve e simples”, consegue:

— evitar um confronto.

— mostrar ao seu filho que ouviu o que ele tinha a dizer.

— não ficar na defensiva.

— não começar uma discussão que não tem intenção de resolver.—Evonne Weinhaus e Karen Friedman[1]

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Tiago, que conheceu Jesus intimamente, confirma a importância de aprender a ouvir: “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se.”[2] As duas admoestações no início do versículo se encaixam perfeitamente. Quando paramos para prestar atenção – e assim evitamos o erro de responder com pronunciamentos autoritários – existe uma grande possibilidade de nossos filhos objetarem bem menos e não ficarem na defensiva. Isso reduz a tensão e pode impedir uma troca de tiros verbal.—Dr. Bob Pedrick[3]

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Posso lhe dar uma mensagem sobre os seus filhos. Esse contato Comigo é um dom para facilitar o seu trabalho como pai ou mãe. É um cartão-presente com validade indeterminada, valor ilimitado, e descontável em qualquer lugar a qualquer momento.

Posso lhe mostrar por que seus filhos estão se comportando de uma determinada maneira, sua motivação, a raiz do problema, e a solução. Posso lhe conduzir para dizer coisas que vão ajudá-los e motivá-los; posso salientar as coisas boas pelas quais pode elogiá-los, e lhe mostrar os pontos fracos que pode ajudá-los a melhorar. Posso consolar e encorajar você quando suas forças esmaecerem, e lhe dar paciência e fé.  —Jesus falando em profecia[4]

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As crianças se comportam com mais maturidade e responsabilidade se o diálogo com elas se dá com o mesmo respeito dispensado a um adulto. Se a criança, ou jovem, sente que você espera que ele se comporte de maneira responsável, provavelmente vai querer agradar-lhe. Deveríamos tentar o máximo possível nos colocarmos no lugar das crianças e falarmos com ela da maneira que gostaríamos que falassem conosco se as posições fossem inversa.—Maria Fontaine[5]

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Como você se sentiria se alguém com autoridade sobre você (um professor ou patrão) ficasse zangado e gritasse com você? Provavelmente teria vontade de desaparecer do mapa. E se acontecesse na frente de outros, você se sentiria verbalmente atormentado e despedaçado. Bem, provavelmente faria rapidamente o que a pessoa com autoridade queria que você fizesse, mas passaria a desprezá-la por tê-lo constrangido.

As crianças não são muito diferentes dos adultos nesse aspecto. Elas não gostam de ser humilhadas e rebaixadas, principalmente na frente dos outros.

O melhor é você parar e se controlar antes de ficar tão zangado que tem vontade de gritar. Algumas ideias são:

Se o seu filho não prestar atenção da primeira ou segunda vez que você falar, fale mais baixo em vez de levantar a voz. Aproxime-se do seu filho, fite-o nos olhos e sussurre o recado. Conheço professores que obtiveram um controle maravilhoso sobre os seus alunos principalmente por baixarem a voz até estarem sussurrando, se havia muito barulho na classe. A reação dos alunos foi fazerem silêncio para poderem ouvir.

Talvez você possa ir mais longe e experimentar o método do silêncio. Vá e pare perto do seu filho e não diga nada até que ele se vire e olhe para você. Quando tiver toda a atenção dele, faça o seu pedido. Às vezes só o fato de colocar a mão suavemente nas costas da criança e esperar basta para ganhar sua atenção.

Quando o seu filho estiver prestando atenção, expresse firme e claramente o seu pedido. Depois verifique para ter certeza de que ele está fazendo o que você quer. Quando agir assim, observará uma melhora significativa no seu filho em termos de submissão, sem quaisquer efeitos colaterais. E você se sentirá muito melhor por ter moderado o seu temperamento!—Dr. Kay Kuzma[6]

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Você alguma vez senta-se com seu filho ou filha para conversar um pouco sobre o que o (a) incomoda? Alguns poucos minutos cada dia para fazer isso vai render ótimos dividendos na construção de uma relação de amor e confiança com seus filhos.

Sobre o que poderiam conversar? Quais as curiosidades ou preocupações do seu filho? As pessoas que são boas de diálogo dizem que é possível passar horas conversando não importa a idade do outro, em qualquer nível intelectual, adulto ou criança, e mantê-lo interessado. Para isso, basta fazer perguntas que contribuirão para explorar o assunto de interesse. Qual a atividade da pessoa? Como ela a desenvolve? Do que ela gosta? Por quê?

Se você gosta que outros se interessem pelo que lhe interessa, imagine quanto o seu filho deseja que você, pai ou mãe, as pessoas mais importantes na vida dele, demonstrem interesse sincero pelos interesses dele.

Mas o que dizer exatamente durante esses preciosos momentos com seu filho? Depende do que a criança ou o jovem fez. Acabou de chegar da escola? Está na hora de ler uma história antes de ele ir dormir? Ele acabou de quebrar uma louça favorita? Está fazendo birra? Está respondendo mal? Acabou de entrar chorando por que os amigos o trataram mal?

Um bom ponto de partida é sempre observar as circunstâncias, porque é o assunto que está vivo na cabeça da criança naquele momento. Desenvolva o diálogo a partir desse ponto.—V. Gilbert Beers[7]

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Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura. —Provérbios 12:18[8]

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O coração do sábio ensina a sua boca, e os seus lábios promovem a instrução. As palavras agradáveis são como um favo de mel, são doces para a alma e trazem cura para os ossos. —Provérbios 16:23–24[9]

Publicado no Âncora em julho 2013. Tradução Hebe Rondon Flandoli.


[1] Stop Struggling with Your Child (Harper Collins, 1998).

[2] Tiago 1:19.

[3] The Confident Parent (David C. Cook Publishing Co., 1979).

[4] Originalmente publicado em abril de 1998.

[5] Originalmente publicado em fevereiro de 1993.

[6] A Hug and a Kiss—And a Kick in the Pants (LifeJourney Books, 1987).

[7] Parents: Talk with Your Children (Harvest House Publishers, 1988).

[8] NVI.

[9] NVI

 

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