Força do Bem: Ética e Integridade Cristã

Junho 6, 2013

Peter Amsterdam

Uma das crenças básicas de AFI é que o cristão deveria ser um exemplo vivo do amor de Deus, tanto em palavras como em ações, manifestando as virtudes espirituais mencionadas na Bíblia.[1] Acreditamos que não se deve viver em conformidade com atitudes e valores contrários aos princípios de Deus.[2]

Nossos padrões de ética cristão refletem as crenças e valores fundamentais que abraçamos. Integridade é uma qualidade que implica em possuir e seguir altos princípios e padrões morais, além de honestidade. Ser íntegro significa apoiar e seguir nossas crenças no dia a dia.

Espera-se dos cristãos um alto grau de integridade, e respeita-se aqueles que seguem seus padrões éticos. Depois que as pessoas ficam sabendo que você é cristão, ou missionário, ou voluntário de uma organização cristã, geralmente esperam integridade e honestidade — altos princípios, e que se esforce por mantê-los.

As pessoas para as quais vai ministrar vão querer comprovar se você faz o que diz, ver se você é de confiança. Eu acho que todos nós já percebemos nas nossas interações que as pessoas normalmente esperam um padrão mais alto de integridade dos cristãos do que de outros. Admitimos que somos falhos, vasos fracos que servem de instrumento para o Senhor. No entanto, as pessoas esperam que o cristão seja um exemplo vivo da sua fé, e ficam desapontadas quando não cumprem essa expectativa.

Seguem-se algumas definições interessantes de integridade:

Segundo o dicionário: “Qualidade do que é inteiro, completo.” Quando sou íntegro, minha conduta reflete minhas palavras. Sou a mesma pessoa não importa onde esteja ou com quem esteja.

Integridade está mais relacionada ao que somos e não tanto ao que fazemos, pois quem somos determina o que fazemos. O nosso sistema de valores é intrínseco, não nos pode ser tirado, e se torna o nosso norte.[3]

Integridade determina o que não faremos, o que deixaremos de fazer e o que defenderemos a todo custo… A integridade é a base do que somos. Perdê-la significa perder uma parte essencial da nossa identidade.[4]

Integridade significa “estado de uma coisa que tem todas as suas partes”. Demonstra firme compromisso com nossos valores, os quais prezamos, nos são mais importantes, e moldam nossas vidas. Viver com base nisso é integridade.

Agir de acordo com suas convicções e o que considera importante lhe dá bem estar interior e paz de espírito… mesmo sendo difícil fazer isso, mas sente que é o certo. Já quando o seu comportamento conflita com seus valores a sensação é inversa.[5]

Integridade também é uma questão de convicção pessoal, e cada um deve determinar quais valores lhe são importantes e o que acha que deve seguir. Cada um de nós é responsável diante do Senhor por agir com integridade e atender aos nossos princípios e valores. A integridade moral dará credibilidade ao nosso testemunho, exemplo pessoal, e às nossas obras. Uma tradução moderna da Bíblia define esse conceito da seguinte forma: “E nisto você mesmo deve ser para eles um exemplo nas boas obras de toda espécie. Que tudo o que você fizer revele o seu amor pela verdade e o fato de que é absolutamente sincero nisso.”[6]

Em outras palavras, o exemplo comprovará as crenças que ensinamos, pois o que as pessoas veem e a sua impressão de nós influencia a sua resposta à nossa mensagem. Como disse o autor cristão John Maxwell, “Se eu fizer o que digo, terei resultados consistentes.” Essa é a nossa meta. Queremos que os resultados sejam condizentes com nossa fé e valores, vidas mudadas, pessoas transformadas que conhecerão a Cristo

Agir com integridade é essencial para conquistar credibilidade, tanto na vida pessoal como na obra missionária. Credibilidade significa conquistar o respeito de outros nos círculos que frequentamos, e uma maneira importante de alcançar esse objetivo é agindo com profissionalismo e integridade, mostrando que somos de confiança, que podem contar conosco e que operamos de maneira honesta, transparente, confiável e profissional. Como disse John Maxwell: “Quanto mais confiável você for, mais as pessoas acreditarão em você, o que lhe dará o privilégio de influenciar suas vidas. Quanto menos credibilidade, menos confiança as pessoas depositarão em você, e mais rapidamente perderá a sua posição de influência.”[7]

Hoje em dia as notícias correm rápido. É importante nos esforçarmos o máximo possível por garantir que essas notícias contribuirão para dar credibilidade e promover simpatia por nós.

Atualmente todos os sistemas são interligados e cada elemento afeta o outro. Somos um mosaico das nossas decisões diárias, pensamentos e ações, de grande ou de pequena envergadura. Como disse o escritor de negócios John Ellis, “A verdade pesa. A lealdade pesa. A mentira pesa. …não existe nada oculto, principalmente no mundo atual e conectado onde as notícias, particularmente as más notícias, são veiculadas em questão de segundos.”[8]

Ser honesto diante dos homens é uma pedra fundamental da integridade e do cumprimento dos nossos deveres cívicos ou sociais.[9] Em uma passagem bem conhecida no Evangelho de São Marcos, Jesus estabelece o padrão quanto aos deveres cívicos.

E, chegando eles, disseram-Lhe: “Mestre, sabemos que és homem de verdade e não Te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens, antes, com verdade, ensinas o caminho de Deus. É lícito pagar tributo a César ou não? Pagaremos ou não pagaremos?” …

“Trazei-Me uma moeda, para que a veja.” E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles Lhe disseram: De César. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. E maravilharam-se dEle.”[10]

Também é bom consultar pessoas que entendem da situação para terem certeza que suas atividades estão amparadas na lei e o trabalho é edificado sobre um firme alicerce. No caso de uma associação, possivelmente precisará da assessoria de um advogado para garantir que age de acordo com os padrões éticos. Se estiver iniciando um negócio é aconselhável consultar um profissional para evitar erros que poderão custar bastante no futuro. Se estiver montando um maternal ou uma pré-escola, deve se certificar de ter os seguros exigidos e cumprir todas as exigências da lei para esse tipo de estabelecimento.

Cada um de nós é responsável por cumprir nossas obrigações e deveres cívicos, quer como membros de diretoria em uma entidade registrada (com ou sem fins lucrativos), quer como supervisores de um trabalho missionário ou parceiros em um projeto social ou empresa. Para a FI, que é uma organização com base na fé, integridade nos negócios e “honestidade diante dos homens” são valores importantes intrínsecos em uma vida temente a Deus e para os que seguem os ensinamentos de Jesus.

Amar a Deus e ao nosso próximo é a essência dos nossos princípios-guia e valores, a base da integridade como cristãos.

Jesus estabeleceu dois valores concisos e profundos para guiar nossas vidas: Amar a Deus e ao nosso próximo. Isso serve de alicerce para tudo o que formos edificar e de padrão para avaliarmos nossas decisões e ações.

Se amarmos a Deus de todo o coração, alma e entendimento, faremos o melhor possível por permanecer próximos dEle, tomando tempo na Sua presença e seguindo a Sua Palavra.

Se amarmos as pessoas e as tratarmos como gostariam de ser tratadas, se formos dutos do amor incondicional de Deus pelos outros, teremos consideração e respeito pelas pessoas; agiremos com integridade, pensando no que precisam e nos dispondo a dedicar tempo e/ou compartilhar nossas posses para suprir suas necessidades; demonstraremos o amor de Deus e ofereceremos a salvação a todos com quem temos contato.

Esses valores estabelecidos por Jesus são firmes, constantes e permanentes. Podemos usá-los como padrão de julgamento para qualquer circunstância e decisão, e neles basear nossas respostas, escolhas e ações. Nós, como seguidores de Jesus, individual e coletivamente na nossa organização, devemos ter esses dois valores como luz guia.[11]

Publicado originalmente em janeiro de 2011. Adaptado e republicado em junho de 2013. Tradução Hebe Rondon Flandoli e Denise Oliveira. Revisão Hebe Rondon Flandoli

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