Agosto 13, 2012
Começamos o dia celebrando a graça divina. Centenas de novos seguidores de Jesus compareceram à nossa igreja em uma pública afirmação da fé por meio do batismo na presença de amigos, familiares e membros da comunidade.
Uma senhora de sessenta e poucos anos aproximou-se para ser batizada. Ao seu lado um homem alguns anos mais velho, musculoso e de aparência dura. Achei que fosse um pedreiro, principalmente pela pele queimada e bastante enrugada como se fosse uma capa de couro. Acho que ele nem precisava de martelo, só com o punho já conseguia enfiar um prego na parede!
Perguntei à mulher: “A senhora veio para ser batizada...”
Sorrindo de orelha a orelha ela confirmou.
Sorri e perguntei: “A senhora já recebeu o perdão de Jesus Cristo e O aceitou como líder da sua vida?”, se bem que parecia apenas uma formalidade depois de ver Jesus claramente refletido no seu olhar.
Ela meneou a cabeça toda entusiasmada: “Recebi de todo o coração”.
Eu ia batizá-la quando ela olhou para o homem ao seu lado que ouvia atentamente o que eu dizia. “É seu marido?” eu perguntei.
Endireitando-se ele respondeu como se fosse algo óbvio: “Claro”.
Foi quando me veio à mente uma pergunta que eu nunca tinha feito, nas centenas de batismos dos quais já participei. Perguntei-lhe com sinceridade e preocupação na voz: “E o senhor, já entregou a vida a Jesus?”
Ele me encarou com uma expressão de surpresa, parecendo ofendido, seguido de uma expressão de dor. Eu não tinha ideia do que ele faria. Achei que ia me dar um soco. Mas de repente ele caiu no choro, começou a chorar incontrolavelmente, sacudindo os ombros e respirando fundo.
“Não, nunca aceitei”, ele conseguiu responder entre prantos. “Mas quero receber agora”.
Fiquei com as pernas bambas, e quando me recompus disse: “Ótimo, então vamos batizá-lo”. E ali, diante de milhares de pessoas, ele confessou que era um pecador e recebeu o perdão de Cristo. E eu tive o privilégio de batizar o casal.
Enquanto cantávamos “Divina Graça” ele parecia outro homem ali ao lado da esposa, com um largo sorriso e todo entusiasmado, como ela.
No final do culto, depois que desci do palco, outra senhora que eu não conhecia me deu um abraço chorando. “Foram nove anos, nove anos, nove longos anos…”
Logicamente eu não entendi nada. “Desculpe, eu não conheço a senhora. O que foram nove anos?”
Com os olhos vermelhos de chorar ela explicou: “Você acabou de batizar a minha cunhada, e guiou a Jesus o meu irmão ao lado dela. Eu oro por ele há nove anos, e ele nunca demonstrou o mínimo interesse pelas coisas espirituais. Mas veja o que Deus fez hoje!”
Na mesma hora me veio o pensamento: Esta mulher está feliz por ter perseverado em oração por oito anos.
Você talvez se encontre na mesma situação. Esta senhora o aconselharia a nunca desistir, nunca deixar de orar, nunca deixar de levar ao trono da graça aqueles que você quer bem.
Sou o primeiro a admitir que não entendo todos os elementos relacionados à oração. Sei que Deus deixa cada indivíduo decidir se vai seguir a Ele. Por mais que gostaríamos, não podemos impor a nossa vontade. Mas sou ingênuo o bastante para acreditar no que a Bíblia diz, “A oração de uma pessoa obediente tem muito poder”[1]. Na verdade, gosto da citação atribuída à Madre Teresa: “Quando oro, coincidências acontecem. Quando paro de orar elas param de acontecer.”—Lee Strobel[2]
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Quando oramos por pessoas que não conhecem o Senhor Ele age em seus corações. Deus honra a fé de quem se preocupa tanto pelos perdidos que coloca o nome de alguém em uma lista e ora pela pessoa todos os dias. Não é uma fórmula mágica, mas quando se preocupa com as pessoas... e começa a orar fervorosamente por elas, Deus não só age em seus corações para serem receptivas ao Evangelho, mas também no seu coração para testemunhar para elas.
É evidente que quem não testemunha é porque também não ora! A maioria dos cristãos tem muito pouco interesse pelos perdidos. Não é de admirar, já que a única maneira de se preocupar com os outros espiritualmente é entrando em contato intimamente com Deus por meio da oração. Se deseja ter amor pelos perdidos, transforme em uma causa pessoal, faça uma lista com o nome de amigos afastados ou familiares e ore por eles todos os dias.
Os cristãos americanos principalmente estão muito acostumados a um estilo de fé mais tranquilo. Todos nós contamos que receberemos bênçãos de Deus sem fazermos muito esforço. Queremos que as pessoas fiquem salvas e nos queixamos quando são poucos os que comparecem diante do altar para receber Jesus, mas nós testemunhamos tão pouco! Queremos respostas às nossas orações, mas oramos tão pouco! Com certeza não queremos fazer nada que nos custe muito pessoalmente e nem financeiramente.
As pessoas antigamente diziam que orar pelos perdidos era como um “trabalho de parto”. Usavam esse termo no contexto do nascimento de um bebê. Aplicando esse sentido à oração pelos perdidos, aprendemos que não ganharemos almas para o Senhor sem antes passarmos pelo “trabalho de parto” espiritual em oração. Orar pelos perdidos é estar na linha de frente do conflito espiritual que assola o mundo.
Permita-me sugerir três passos práticos para ajudá-lo a se tornar um seguidor de Jesus que ora e testemunha. Primeiro faça uma lista de oração incluindo alguns amigos, familiares ou conhecidos perdidos. Sempre que fiz esse tipo de lista e orei pelas pessoas elas receberam Jesus. Há algo significativo para a eternidade escrever o nome de uma pessoa em uma lista e se comprometer a orar por ela. Deus honra quando oramos, quando cobramos dEle todos os dias para salvar os que nos são queridos. O aconselhável é começar com uma lista curtinha, com três ou no máximo cinco nomes. Se costuma ler, faça a sua lista no formato de um marcador de livros e deixe-o no livro que estiver lendo na ocasião. Ore sempre pela lista quando pegar o livro para ler e quando for parar de ler. Mantenha uma lista na sua Bíblia para orar nos seus momentos de devoção pessoal. Ore pela lista sempre que possível, levando a Deus o nome das pessoas e o que elas precisam.
Segundo, quando for orar, ore de verdade. Não adianta muito ter uma lista se não estiver disposto a batalhar em oração. Os cristãos falham muito nessa questão de orar. Falamos bastante sobre orar, mas, na verdade, dedicamos muito pouco tempo à oração. Ore também para que Deus prepare o seu coração para testemunhar. Quando pedimos a Deus para colocar alguém no caminho de um amigo perdido que testemunhe para ele, normalmente Ele manda nós mesmos.
O terceiro passo é verbalizar. Depois de orar, use a sua voz para convidar as pessoas na sua lista [a conhecerem o Senhor]. Conte-lhes o seu testemunho. Explique-lhes o Evangelho. Convide-as para ler a Bíblia com você. Converse com as pessoas sobre questões espirituais. Diga-lhes que está orando por elas. Persista, mesmo que no começo elas sejam frias e fiquem impassíveis. Ore sempre e não deixe de falar de Jesus para elas. Ouça seus problemas e necessidades. Ame-as e, acima de tudo, tenha paciência e persevere em oração.—Woody D. Wilson[3]
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Pode levar semanas, meses, ou até uma vida inteira para ver os resultados das suas orações, mas são garantidos! Por mais que demore para Eu realizar o milagre, Eu o realizarei, porque sempre atendo às orações dos Meus filhos. Às vezes é de imediato, outras um pouco mais adiante, e outras ainda no futuro bem longe, ou às vezes eu atendo no plano espiritual.
Por isso nunca deixem de orar pelos que amam, mesmo que não vejam resultados imediatos. As orações geram respostas! As orações tecem um encantamento celeste do Meu poder milagroso, e na hora certa, na Minha hora, a resposta chegará.—Jesus falando em profecia[4].
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Farei qualquer coisa para salvar uma alma! Vale a pena se sacrificar até mesmo por um dos Meus filhos perdidos e vou à profundeza das profundezas para reerguer uma alma cansada em busca da verdade. Ninguém jamais está perdido demais para receber a Salvação que ofereço! Até que ponto você está disposto a ir por Mim e pelos outros?—Jesus falando em profecia[5].
Publicado na página Âncora em agosto de 2012.
Tradução Hebe Rondon Flandoli. Revisão Denise Oliveira.
[1] Tiago 5:16.
[2] The Unexpected Adventure (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2009).
[3] The Shadow of Babel (Hannibal Books, 2009).
[4] Publicado originalmente em agosto de 2003.
[5] Publicado originalmente em agosto de 2003.
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