Setembro 27, 2025
[A Pandemic of Loneliness]
Muitas notícias estão nos alertando que um mal pior do que a Covid está devastando países ao redor do mundo, é uma praga com sintomas silenciosos, mas com efeitos letais. Alguns a chamam de globalização da solidão, um tipo de epidemia que está se espalhando pelo mundo com consequências devastadoras que afetam jovens e idosos.
Muitas pessoas levam uma vida de isolamento e confinamento, retraídas. Vivemos em um mar de solidão, onde a tecnologia do toque substituiu o toque humano. De fato, como a Bíblia previu, o amor de muitos esfriou (Mateus 24:12).
“A solidão é uma ferida aberta em nossa época”, afirma o entrevistador e colunista chileno Cristián Warnken. “Estamos muito preocupados com as mudanças climáticas, mas falamos e fazemos pouco sobre o crescente deserto que se insinua nas relações humanas”.
“A solidão pode literalmente encurtar nossa vida”, declara Michel Poulain, demógrafo belga especializado em estudos sobre longevidade, que introduziu o conceito de zonas azuis, regiões do mundo onde as pessoas vidas excepcionalmente longevas. Ele afirma que “nessas zonas, as pessoas priorizam as relações sociais, se reúnem em praças, conversam nas cafeterias e se divertem juntas. O contato social é um princípio verdadeiramente essencial. Nessas comunidades, as relações interpessoais estão no centro da vida cotidiana”. Seu conselho para nós é “tentar conversar com duas ou três pessoas durante o dia”.
Mas, como mencionado anteriormente, muitos jovens também são afetados por essa falta de companhia humana; as crianças não têm contato significativo com outras pessoas e estão expostas à depressão ou a ideias suicidas. A solução é apenas médica? Remediar a questão seria simplista, quando se trata também de uma questão social e espiritual.
Podemos nós, como cristãos, fazer algo para aliviar essa doença? Na verdade, temos um tesouro de recursos. O Espírito de Deus pode nos capacitar e nos mostrar maneiras criativas de ajudar. Se sabemos que alguém é solitário, devemos pensar que essa pessoa talvez goste de receber um telefonema. Se percebermos que as pessoas raramente visitam um vizinho, podemos ir cumprimentá-lo e perguntar se precisam de alguma coisa. Se alguém começar a contar uma história longa e detalhada — muitas vezes um sinal de não ter ninguém com quem conversar —, podemos ouvi-lo. Podemos informar aqueles que parecem isolados, que podem contar conosco. Esses sacrifícios são agradáveis a Deus (Hebreus 13:16).
Tal como Rick Warren diz, fomos “criados para vida em comunidade”. Quando nos preocupamos uns com os outros e amamos o nosso próximo como a nós mesmos (Marcos 12:30-31), podemos ajudar a remediar esse mal, mesmo que seja apenas em nosso ecossistema pessoal. E, ao estendermos a mão para os outros, aliviamos nossa própria solidão, tornamo-nos consoladores e consolados. O trabalho voluntário é uma forma de estender a mão para os outros e suprir sua própria necessidade de companheirismo. Isso faz maravilhas para o seu espírito e ajuda a mantê-lo conectado, relevante e ativo.
Como cristãos, também podemos buscar comunidade participando de uma igreja local, estudo bíblico, pequeno grupo, grupo de oração, grupo do WhatsApp, etc. Quando surgir uma oportunidade, é bom fazer um esforço para superar sua timidez, abordar alguém e puxar conversa. Ficará surpreso com quantas pessoas interessantes, amigáveis e empáticas você encontrará que ficarão felizes em conversar.
Portanto, por um lado, como cristãos, somos ministros da esperança para aqueles que precisam, e, por outro, se estivermos sós e sem amigos, podemos buscar uma comunidade por vários meios.
Isso é no lado social. No lado espiritual, o segredo é descobrir o amor incondicional de Deus por cada um de nós como Seus filhos e filhas preciosos, e saber que Jesus Se importa e deseja ser nosso melhor amigo.
Portanto, se estiver caminhando pelas ravinas sombrias da solidão, ou conhecer alguém que esteja, tenha coragem. Lembre-se de que Deus estará com você e o consolará (Salmo 23:4); Ele não o deixará nem desamparará (Deuteronômio 31:6). “Se o meu pai e a minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá” (Salmo 27:10). As Escrituras também garantem que Jesus não nos deixará órfãos (João 14:18). Para aqueles que perderam seu senso de pertencimento (uma das principais causas da solidão), ou talvez nunca o tenham tido, diz: “Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada. Deus faz com que o solitário more em família” (Salmo 68:5-6 ).
Você às vezes sente que “não tem nem um amigo para lhe dar uma mão”, como o famoso poeta francês Arthur Rimbaud descreveu? Busque o Senhor e Ele será esse amigo. Você está sem amigos e abandonado, e acha que ninguém o ouve? Deus ouvirá o seu clamor quando estiver sem esperança no deserto da solidão, tal como Ele ouviu o clamor de Agar (Gênesis 21:14-21) e o apelo desesperado do salmista (Salmo 18:6). Se não tem com quem desabafar suas dores e angústias, os ouvidos do Senhor estão sempre prontos para ouvi-lo.
O melhor de tudo é que podemos ter paz em relação ao nosso futuro, pois Jesus prometeu que estaria conosco todos os dias, até o fim. “E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mateus 28:20).
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