Como Posso Fazer a Diferença?

Maio 14, 2025

Por Mara Hodler

[How Can I Make a Difference?]

Há um tempo tenho pensado bastante em algo que vejo todas as vezes que acesso a mídia social (infelizmente a minha fonte de notícias), e são coisas que me incomodam bastante.

Os noticiários dão destaque a muitas coisas preocupantes e, em alguns casos, horrendas. Você talvez tenha reparado nisso e, como eu, esteja oscilando entre o desespero pelas pessoas que estão sofrendo e a raiva contra os causadores do sofrimento, das guerras e da opressão.

Os comentários sobre os acontecimentos, sempre envolvem observações do tipo: “Isso é muito triste”! ou “Acho terrível estar acontecendo isso”! Embora eu concorde com essas duas afirmações, ainda assim considero esse tipo de comentário um pouco inútil. Afirmar não gostar desses problemas de dimensões catastróficas não ajuda em nada as pessoas cujas vidas estão sendo completamente afetadas por eles! Não faz nada por elas.

Então, o que posso fazer? Será que devo montar um grande kit de primeiros socorros e ir para uma zona de guerra? Devo abrir minha casa para cinco famílias sem-teto? Publicar um vídeo no YouTube expondo a crueldade da truculência? Como posso realmente fazer a diferença em problemas de tais proporções que afligem o mundo e prejudicam as pessoas?

Acho que essa é uma pergunta com a qual as pessoas têm se debatido ao longo do tempo, especialmente nos últimos tempos, quando, graças às modernas tecnologias de comunicação, estamos muito cientes do que está acontecendo em todo o mundo. O que podemos fazer em relação ao mal e ao sofrimento que está acontecendo no mundo? Como podemos fazer a diferença em situações de proporções tão grandes?

Algumas pessoas optam por não se informar; elas não acompanham as notícias e bloqueiam todos os problemas. Outras acompanham as notícias de perto e ficam ansiosas, deprimidas e sem esperança, pois os problemas parecem grandes demais e impossíveis de serem resolvidos ou até mesmo amenizados.

Outras pessoas acham que, em um mundo onde o homem é lobo do homem, você só precisa cuidar de si mesmo. Não veem problema em pisar em outra pessoa, porque se você não pisar nela, outra pessoa pisará em você. Também existem aquelas que, desoladas, simplesmente concluem que não podemos fazer nada para fazer a diferença, então por que sequer tentar? Mas esse tipo de atitude derrotista é deprimente e não vai resultar em nenhum tipo de mudança nem melhorar nada.

Outra opção é doar para instituições de caridade e considerar que fizemos a nossa parte. Embora isso seja bom e importante, será que nos isenta de qualquer outra responsabilidade pelas condições no mundo ou pelas necessidades das pessoas ao nosso redor?

Ao refletir sobre essa questão ultimamente, percebi que não quero viver com medo, depressão e na ignorância em relação ao destino do mundo e ao rumo que está tomando. Tampouco quero simplesmente ignorar a situação das pessoas necessitadas.

Em minha busca por uma perspectiva cristã em relação aos problemas do mundo, examinei a vida de Jesus. Na antiga Palestina, havia muitos problemas sociais, não muito diferentes dos que enfrentamos em hoje: pobreza, doenças, sofrimento, guerra, opressão e indiferença.

A Bíblia nos diz que: “Ao ver as multidões, Jesus se compadeceu delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:36). Jesus olhou com compaixão para as multidões e para aqueles que clamavam por Sua ajuda e os curou. “Um leproso se aproximou de Jesus e lhe pediu, de joelhos: ‘Se o senhor quiser, pode me purificar.’ E Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou nele e disse: ‘Quero, sim. Fique limpo!’” (Marcos 1:40-41).

Vemos nos Evangelhos que Jesus ajudou as pessoas ao Seu redor: as curou, encorajou, abençoou e restaurou cada uma delas. Ele apontou o caminho para a verdade, a salvação eterna e os verdadeiros valores duradouros. E muitos daqueles que Ele abençoou, curou e restaurou saíram dali e comunicaram a alegria, as boas novas e a bênção para outras pessoas.

Lemos sobre a mulher samaritana com quem Ele conversou junto ao poço, e que correu de volta para sua cidade e proclamou: “‘Venham comigo e vejam um homem que me disse tudo o que eu já fiz. Não seria ele, por acaso, o Cristo?’ E por causa do testemunho dessa mulher, muitos foram ver Jesus, e como resultado muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus” (João 4:28-30, 39).

Nós não sabemos a dimensão do efeito cascata do encontro com aquela mulher, o qual perdura até os dias de hoje. Cada um de nós tem um papel a desempenhar para que isso aconteça. Talvez você não seja chamado a ir para um país devastado pela guerra para prestar ajuda ou assistência humanitária ou criar uma instituição de caridade para alimentar os pobres. Mas todos nós somos chamados a fazer a nossa parte para sermos uma luz exatamente onde nos encontramos.

Cada um de nós pode ser uma luz em um mundo sombrio, um exemplo de bondade e compaixão. Podemos compartilhar uma mensagem vivificante de salvação em Jesus que mudará o destino eterno de uma pessoa. Aproveite cada dia como uma oportunidade de compartilhar o amor de Deus e as fabulosas boas novas do evangelho. Fale com o atendente no caixa da loja, sorria para a criança no parquinho, agradeça ao professor, ao policial, ao carteiro ou ao garçom. Seja gentil com o pobre coitado na esquina. “Dê a todo que lhe pedir alguma coisa” (Lucas 6:30).

E vá além. Seja generoso com seu tempo, seus recursos e seu coração. Veja cada encontro com outra pessoa como uma oportunidade de refletir a luz de Deus e iluminar o dia dela, trazer esperança e ser um exemplo vivo do Seu amor.

Talvez não possamos fazer a diferença no mundo inteiro, mas podemos fazer a diferença no nosso cantinho do mundo. Podemos fazer a nossa parte para refletir a luz e a esperança de Deus na vida das pessoas com quem interagimos todos os dias, seja no local de trabalho, em nossas atividades cotidianas ou em nossa vizinhança ou comunidade. Podemos dar às pessoas a oportunidade de conhecer Deus e receber Sua dádiva da salvação por meio da fé em Jesus.

Embora existam problemas de proporções gigantescas no mundo sobre os quais não posso fazer muito além de orar pela intervenção de Deus, geralmente há alguém ou algo bem na minha frente que posso auxiliar de alguma forma. Nesses casos, posso fazer a diferença e, pela graça de Deus, mostrar-lhes o amor de Alguém que Se importa com eles mais do que qualquer outra pessoa. Posso refletir o amor incondicional, o cuidado e a compaixão de Deus para as pessoas ao meu redor.

Quando eu tiver a oportunidade de ajudar em grande escala, ajudarei. Quando puder ajudar em pequena escala, ajudarei. E, independentemente do que eu faça, terei em mente as palavras de Jesus: “Sempre que o fizeram a um destes meus pequeninos irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mateus 25:40 ).

Que cada um de nós faça o que nos cabe para refletir o amor de Deus àqueles ao nosso redor, compartilhar as boas novas e demonstrar Sua compaixão, amor e gentileza a tantos quanto pudermos.

Adaptado de um podcast de Just1Thing, um recurso cristão edificador de caráter para jovens.

Copyright © 2025 The Family International