Julho 11, 2024
[Overcoming Bad Habits]
E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.—Mateus 6:13
Tudo aquilo que fazemos de modo automático, sem precisar pensar ou agir intencionalmente, torna-se um hábito. Todos nós temos hábitos, tanto bons quantos maus. Bons hábitos ou costumes, como cortesia, gentileza e comportamento ético, refletem nossa fé e valores cristãos. Mas quando desenvolvemos hábitos negativos ou nocivos, eles se tornam vícios ou padrões negativos de comportamento.
No lado positivo, temos a promessa na Bíblia de que, “As tentações em sua vida não são diferentes daquelas que outros enfrentaram. Deus é fiel, e ele não permitirá tentações maiores do que vocês podem suportar. Quando forem tentados, ele mostrará uma saída para que consigam resistir” (1 Coríntios 10:13). Obviamente, devemos escolher a “estratégia de saída” que Deus nos oferece, de “nos apegarmos com firmeza à esperança que professamos”, acreditando que “aquele que prometeu é fiel” (Hebreus 10:23).
Conta-se a história de um homem que teve uma águia por muitos anos e a mantinha acorrentada a uma estaca. A ave passou tanto tempo andando ao redor daquela estaca que cavou um sulco no chão. Já envelhecida, seu dono apiedou-se e decidiu: “Ela não tem muitos anos pela frente, então vou libertá-la!”
Com essa intenção, retirou a argola de metal que prendia a águia à corrente, colocou o animal na mão e o jogou no ar. Mas a velha águia praticamente havia se esquecido de como voar. De volta ao chão, foi até à estaca e continuou caminhando em volta da estaca como fizera durante tantos anos. Não havia mais corrente ou restrições. A águia tornara-se prisioneira do hábito.
Samuel Johnson escreveu certa vez: “A corrente do hábito é tão fraca que só discernirmos a sua presença quando ela se torna pesada demais para ser quebrada”. E Horace Mann escreveu: “O hábito é um cabo que nós montamos fio a fio cada dia, até que um dia não conseguimos arrebentá-lo”. Esses pensamentos refletem nossa necessidade de um Salvador e da atuação do Espírito Santo em nossas vidas para superar os maus hábitos.
A realidade é que a natureza humana é pecadora e falível, sujeita a fraquezas e tentações, as quais podem se transformar em diferentes maus hábitos ou vícios. Quando damos corda para a tentação e cedemos a ela ou a certas fraquezas por um período prolongado, tornam-se padrões de comportamento arraigados a ponto de ficarmos imunes ao perigo real que representam a nós, à nossa saúde ou ao nosso relacionamento com os outros.
Um dos primeiros passos para quebrar maus hábitos opressivos e padrões negativos de comportamento é reconhecer o problema, identificar sua origem, e estudar a verdade da Palavra de Deus para estar informado e criar convicção do que é errado e do que é certo. Clame a ajuda que Deus nos promete nos momentos necessidade. “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade” (Salmo 46:1).
Algo que ajuda é nos lembrarmos das promessas de Deus em Sua Palavra de nos salvar e livrar “de toda obra maligna” e nos levar para o Seu reino celestial (2 Timóteo 4:18). Devemos lembrar que “ele [Jesus] é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Por mais difícil que seja quebrar as correntes dos maus hábitos e vícios, a Bíblia diz que “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).
Os maus hábitos e vícios se apresentam de muitas formas, incluindo as mais óbvias, como álcool, drogas, tabaco, jogos de azar, distúrbios alimentares, jogos de computador e pornografia. O alcoolismo, por exemplo, é um vício que atormenta a humanidade há milênios. Embora beber vinho com moderação fosse comum nos tempos bíblicos, a Bíblia tem muito a dizer contra o excesso de consumo do álcool: “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito” (Efésios 5:18). O Senhor não só pode nos libertar dos maus hábitos e dos vícios, mas também pode nos dar força de vontade para resistir à tentação. “O braço do Senhor não está tão curto que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir” (Isaías 59:1).
Existem também os pecados espirituais que podem evoluir para maus hábitos e padrões de comportamento arraigados que se tornam destrutivos se permitirmos que cresçam em nossas vidas, dentre eles ódio, amargura, orgulho e desonestidade. A Bíblia diz: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade” (Efésios 4:31).
O medo e a preocupação também são emoções negativas que podem se tornar respostas habituais e são nocivos para o nosso bem-estar espiritual e emocional. Ele pode até se tornar uma forma de escravidão, impedindo-nos de andar na fé e confiar no Senhor. Mas a Bíblia nos promete que “Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” [ou autodisciplina] (2 Timóteo 1:7).
Reconhecer o problema, admiti-lo e se dispor a se submeter ao Senhor é um ponto de partida para superar os maus hábitos e o pecado que assolam nossas vidas. Temos que decidir “nos livrarmos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e correr com perseverança a corrida que nos é proposta” (Hebreus 12:1). O versículo depois desse revela o segredo para seguirmos por esse caminho: “Mantenhamos o olhar firme em Jesus, o líder e aperfeiçoador de nossa fé” (Hebreus 12:2).
Jesus disse: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra… conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:31,32). Depois que somos salvos e conhecemos a verdade, também nos tornamos responsáveis por viver de acordo com a Palavra de Deus, que nos diz: “Não deem lugar ao diabo” (Efésios 4:27). Devemos, portanto, “Quanto à antiga maneira de viver…. despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Efésios 4:22-24).
“Dar lugar” a maus hábitos ou pecados persistentes em nossa vida é como ter um hóspede maligno em nossa casa. Ele não está no controle da casa, mas causa problemas e danos. Você o convida a se retirar, mas ele se recusa, então, finalmente, pela autoridade e pela lei — neste caso, a autoridade da Palavra de Deus e o nome de Jesus — você literalmente o expulsa!
É triste quando nós, como cristãos, vivemos tanto tempo sem buscar a libertação total de vícios e maus hábitos profundamente arraigados. Quando lhes damos guarida e permitimos sua presença constante em nossas vidas; quando não nos livramos deles completamente, significa que falhamos em reconhecer que se estabeleceram na nossa vida, porque deixamos de permanecer na Palavra de Deus e no poder do Espírito Santo para superá-los.
Temos que estar dispostos a reconhecer quando estamos sendo assediados por um mau hábito ou vício, confessar nosso pecado ao Senhor e clamar a Ele por ajuda. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9). Talvez seja necessário também admitir a outros que precisamos de ajuda e oração, ou, em alguns casos, procurar ajuda profissional, porque alguns vícios têm um controle tão forte sobre as pessoas — incluindo os cristãos — que elas se sentem quase incapazes de superá-los por conta própria.
Se você tem um problema sério e não consegue superá-lo resistindo e orando sozinho, é aconselhável pedir oração a outros cristãos cheios do Espírito que você conhece e nos quais confia. “Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus” (Mateus 18:19). Existem também conselheiros profissionais preparados para ajudar e dar suporte quando necessário.
Quando orar, lembre-se de citar as promessas que Deus fez em Sua Palavra. Apegue-se a elas, memorize-as e cite-as continuamente, confiando que Deus o atenderá — e Ele o fará. Se orar sinceramente para ser libertado de maus hábitos, o Senhor o ajudará, pois Jesus nunca falha! Ele sempre responde quando O buscamos de todo o coração (Jeremias 29:13).
Às vezes pode levar um tempo até você se libertar totalmente de um mau hábito, mesmo depois de oração. --Talvez por estar tão arraigado ou por existir uma inclinação resultante de uma fraqueza, ou então por causa do tempo prolongado de convivência com o hábito ou vício. Mas não desista! “Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar” (1 Coríntios 10:13).
Todos enfrentaremos tentações. Jesus disse aos Seus discípulos: “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41). Ninguém pode impedir que a tentação venha, mas não precisamos sucumbir a ela. Como Martinho Lutero escreveu: “Você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode impedi-los de fazer um ninho em seu cabelo!” Cabe a nós sermos “sóbrios e vigilantes” e não ceder à tentação (1 Pedro 5:7,8).
Deus nos dá o poder para superar todas as provações e tentações, e ainda que vacilemos e falhemos ao longo do caminho, Ele prometeu nunca nos deixar ou abandonar. O próprio Jesus passou por tentações (Hebreus 4:15), de maneira que é capaz de Se solidarizar com nossas fraquezas e “socorrer aqueles que também estão sendo tentados” (Hebreus 2:18). O poder de Deus é maior do que todas as tentações terrenas e é capaz de quebrar todas as correntes que talvez o mantenham cativo! Porque, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres (João 8:36).
De um artigo no livro Tesouros, publicado por A Família Internacional em 1987. Adaptado e republicado em julho de 2024.
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