Abril 3, 2024
Você alguma vez experimentou colocar um talo de salsão em água com corante? Caso nunca tenha feito isso, o que acontece é que ele começa a mudar de cor à medida que vai absorvendo essa água. Leva uns dias para a mudança ser visível, mas logo ele fica da cor da água onde está mergulhado. Da mesma forma, o salsão absorve rapidamente por osmose qualquer veneno ou pesticida no ar ou no solo. A água, o clima e o meio ambiente são elementos determinantes para o crescimento do salsão, porque ele se alimenta do que o rodeia.
Isso me levou a pensar como isso pode servir de analogia para as nossas vidas espirituais. Nós somos influenciados — para melhor ou para pior — pela nossa fonte de alimentação ou input, e aquilo a que nos expomos. Somos constantemente bombardeados com input, através da Internet, do celular, da mídia social, de filmes, música, livros, e obviamente através das pessoas com quem interagimos. Contudo, as formas como essas coisas nos influenciam nem sempre são tão óbvias como o efeito da água no salsão.
Algumas parecem inofensivas, ou até boas, mas podem acabar tendo um efeito nocivo. Outras podem ser perfeitamente agradáveis e serem inofensivas ou boas, e até alimentar nossa mente e aumentar nossa habilidade e conhecimento. Mas talvez ainda assim não alimentem nosso espírito com os elementos que ele precisa para florescer e para prosperarmos na nossa jornada espiritual.
O rei Salomão era um dos homens mais ricos do mundo no seu tempo. Ele tinha acesso a praticamente qualquer coisa que quisesse, e pelo visto experimentou praticamente tudo que sua riqueza podia lhe proporcionar, mas no final exclamou tristemente “Nada faz sentido”! (Eclesiastes 1:2).
Ele disse: “Pensei comigo mesmo: Eu me tornei famoso e ultrapassei em sabedoria todos os que governaram Jerusalém antes de mim; de fato adquiri muita sabedoria e conhecimento. Assim eu me esforcei para compreender a sabedoria, bem como a loucura e a insensatez, mas aprendi que isso também é correr atrás do vento” (Eclesiastes 1:16-17). Obviamente, nenhuma dessas coisas o satisfez. Ele tentou acessar todo tipo de input, conhecimento e prazer que podia, mas no final das contas estava sedento por algo mais.
Então, apesar de muitas das coisas com que nos deparamos e consumimos nas nossas vidas diárias não serem ruins, nem sempre têm o que é necessário para serem nossa fonte de alimento espiritual. É por isso que Jesus diz para “permanecermos nEle” e no Seu amor (João 15:4-5). “Permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço.” Ele promete que se fizermos isso, a Sua alegria estará em nós e será completa (João 15:9-11).
Jesus está nos dizendo para fazermos dEle a nossa fonte. Ele nos ensinou que Ele é o pão da vida e “aquele que vem a Mim nunca terá fome”, aquele que nEle crê nunca terá sede (João 6:35). Jesus nos oferece a água da vida—Seu Espírito e Sua Palavra—e esta é a única água que saciará o nosso espírito.
Certo verão foi extremamente quente onde moro, no Texas. As temperaturas registradas foram as mais altas até então durante todo o mês de agosto. Se eu não aguasse fielmente minhas plantas de manhã e à noite, elas logo secavam e começavam a murchar.
Do mesmo jeito que uma planta cresce e floresce com água e adubo, assim o nosso espírito cresce quando o alimentamos com a Palavra. O primeiro capítulo dos Salmos fala exatamente disso. Diz que quando nos deleitamos na lei do Senhor — ou seja, quando nos deleitamos nos caminhos do Senhor e na Sua Palavra — seremos como uma árvore plantada à beira de águas correntes, que dá fruto; suas folhas não murcham, e tudo o que faz prospera (Salmo 1:2-3).
Para mim, a frase “minha satisfação é estar” na lei do Senhor significa fazer dEle a minha fonte de forças e alimento. Significa saber que preciso ficar perto dEle se quero crescer espiritualmente. Quando a nossa fonte é a água viva que Jesus nos dá, isso não só nos ajuda a crescer, mas também transborda para outros. Jesus disse que, quando permanecemos nEle, ou seja quando Ele é a nossa fonte de alimento, nós vamos “dar muito fruto” (João 15:5). À medida que permanecemos nEle, Seu Espírito nos dá o poder para ajudarmos e alimentarmos outros e direcioná-los a Jesus.
No mundo de hoje, em que somos inundados por informações de muitas fontes, acho útil fazer um exame de consciência e avaliar, de tempos em tempos, com o que estou alimentando meu espírito. Acho útil fazer algumas perguntas a mim mesma: Estou me fortalecendo em minha fé e dando frutos? Ou estou me sentindo um pouco murcha e abatida? Estou comendo o pão da vida na Palavra de Deus e mergulhando em Sua água viva? Estou sendo fiel em derramar as Suas palavras de vida e verdade sobre os outros para que eles possam vir à Fonte e não tenham mais fome e sede? Ou estou permitindo que meu tempo e meu espírito sejam absorvidos por coisas que não têm valor duradouro e que talvez me façam sentir bem temporariamente, mas que deixam minha alma ainda com sede?
Que a Palavra de Deus seja sempre a nossa fonte, conforme nos deleitamos em Sua Palavra e em Seus caminhos. Ao plantarmos nossas raízes firmemente junto aos rios de água viva que fornecerão o alimento de que nossa alma necessita, Deus prometeu que cresceremos, prosperaremos e daremos frutos.
Adaptado de um podcast de Just1Thing, um recurso cristão para construção de caráter para jovens
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