Junho 7, 2023
Assisti ao interessante documentário “O Segredo da Sorte”, de Derren Brown, mentalista e ilusionista. Ele escolheu uma pequena cidade que tinha uma estátua de um cachorro aleatório em uma praça, e começou a espalhar o boato de que dava sorte fazer um carinho na cabeça do cachorro. Eles enviaram uma equipe de filmagem para seguir alguns membros da comunidade previamente selecionados — um açougueiro, o dono de uma loja de brinquedos, o dono de um bar e outros — para ver os desdobramentos do boato se todos eles tocassem a cabeça do cachorro. A equipe voltou para entrevistá-los depois de uma semana para ver se algo bom lhes havia acontecido.
Ele esquematizou para prover a oportunidade de essas pessoas terem “sorte” várias vezes, tal como serem entrevistados por uma senhora para uma pesquisa e ganharem um prêmio em dinheiro ali na hora por sua participação. Ele também enviou um cartão daqueles de raspadinha para cada uma dessas pessoas, no qual não importava o quadrado que escolhessem, sempre ganhavam um prêmio considerável.
Ele até colocou um comediante de stand-up famoso com um pneu furado; se os donos dos dois bares locais se oferecessem para ajudar a trocar o pneu, ele faria um show grátis que com certeza atrairia uma multidão ao estabelecimento e daria um empurrão nos negócios. Um deles disse que estava muito ocupado e lhe disse para buscar ajuda numa oficina. O outro foi imediatamente ajudar e ganhou os benefícios!
O que achei interessante sobre isso é que no começo do documentário, poucas das pessoas selecionadas disseram que tinham sorte. Um certo homem disse que nunca lhe acontecia nada de bom. Sua atitude perante a vida fez com que ele não se desse o trabalho de parar e responder às perguntas da pesquisa, nem raspar o cartão, e inclusive quando colocaram dinheiro na rua por onde ele passava, ele nem viu. Sua atitude negativa o fez perder coisas boas, mesmo quando estavam bem na sua frente.
Outras pessoas que a equipe de filmagem entrevistou disseram que muitas coisas boas lhes haviam acontecido. Isso até antes das situações planejadas. Eram pessoas positivas por natureza que buscavam boas oportunidades e as encontravam!
Como cristãos, podemos dar um passo além do simplesmente nos esforçarmos para ter uma atitude positiva, porque podemos confiar que o Senhor está conosco, cuida de nós e nos cerca com Sua bondade e misericórdia, mesmo nos momentos difíceis.
É claro que não é fácil ser sempre positivo e ter fé. Podemos ser tentados a duvidar durante nas dificuldades, quando nossa fé é colocada à prova. Como Pedro fez quando Jesus o chamou para andar sobre a água. Ele conseguiu andar por um tempo, mas quando viu o vento, ficou com medo e começou a afundar. Jesus foi imediatamente ao encontro dele, estendeu a mão e o segurou. “Homem de pequena fé”, disse Ele, “por que duvidaste?” (Mateus 14:29-31).
Ser uma pessoa positiva lhe dá fé para dar um passo em direção a algo que possa parecer louco ou uma aventura, sendo que uma atitude negativa pode fazer com que você veja todas as razões por que algo é impossível, por que não vai funcionar, ou como pode fracassar. Às vezes, pode até impedi-lo de tentar.
A combinação de fé e pensamento positivo o anima a persistir quando as coisas não parecem estar dando certo. Neste documentário, Derren Brown concluiu: “A diferença entre pessoas com sorte e pessoas sem sorte é simplesmente o quanto elas respondem e abraçam as oportunidades na vida”.
Benjamin Franklin é um exemplo perfeito de abraçar as oportunidades na vida. Ele sempre estava atento a maneiras de resolver problemas ou fazer as coisas funcionarem melhor. Seguem-se alguns exemplos:
Ele tinha problemas de visão e usava óculos para ler. Cansado de ter que colocá-los e tirá-los constantemente, resolveu inventar uma maneira para ver bem tanto de longe como de perto com os mesmos óculos. Ele usava dois óculos—um para ver de longe e outro para leitura. Ele cortou as lentes pela metade e juntou as duas metades das lentes em uma única armação. Hoje chamamos isso de óculos bifocais.
Muitas vezes caía raios na casa dos amigos e vizinhos de Benjamin Franklin durante as tempestades, e as moradias pegavam fogo, porque as lareiras não eram seguras. Em vez de ignorar essas coisas como algo terrível, ou um azar, ou se desesperar com o que acontecia, ele descobriu maneiras de tornar as residências mais seguras. Acabou inventando o para-raios e também uma maneira mais segura de aquecer as casas, que foi chamado de o fogão de Franklin. Ele também fundou a primeira companhia de seguros contra incêndios.
De volta ao documentário. Fez-me lembrar de Josué e Calebe na Bíblia. Eles eram parte do grupo de espiões que Moisés enviou para observar Canaã, a terra que Deus prometera ao Seu povo (Números 13:6, 8, 16).
Fato número um: Era a terra em que “mana leite e mel,” que é uma maneira legal de dizer que as frutas, verduras e legumes eram gigantescos. Os espiões cortaram um ramo da videira e foi preciso duas pessoas para carregarem UM cacho de uvas para mostrar a todos (Números 13:23).
Fato número dois: As cidades eram fortificadas e muito grandes, e o povo que vivia lá—os filhos de Anaquias—eram gigantes. Olha, não eram apenas grandões como um jogador de basquete, os espiões disseram que sentiam-se como gafanhotos perto deles (Números 13:28, 33).
Aquela noite, a maioria dos filhos de Israel foi dormir chorando: “Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto!” (Números 14:1-3).
Calebe, contudo, silenciou as pessoas diante de Moisés, dizendo: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos” (Números 13:30). Essa sim é uma atitude positiva e cheia de fé. A maioria das pessoas deve ter achado que tinham muito azar porque a terra que Deus lhes prometera já estava ocupada por gigantes. Calebe, porém, viu o prêmio—o que tinham a ganhar se a conquistassem—e as promessas de Deus, e focou apenas nisso.
Josué se uniu a ele dizendo: “A terra que percorremos em missão de reconhecimento é excelente. Se o Senhor se agradar de nós, ele nos fará entrar nessa terra, onde manam leite e mel, e a dará a nós. Somente não sejam rebeldes contra o Senhor. E não tenham medo do povo da terra, porque o Senhor está conosco” (Ver Números 14:7-9).
Então, naturalmente, os israelitas começaram a falar em apedrejá-los e encontrar um novo líder que os levasse de volta ao Egito (Números 14:4). O Senhor não ficou nada feliz com essa atitude e lhes disse que por causa disso ninguém da geração mais velha entraria na Terra Prometida, com exceção dos dois espiões que tiveram fé em Deus e nas Suas promessas: Josué e Calebe (Números 14:21-24).
Eles foram os únicos da sua geração que tiveram permissão para viver na Terra Prometida! E caso você não saiba, diz-se que a palavra sorte vem originalmente da antiga palavra holandesa que significa “felicidade e boa fortuna”. Ter fé em Deus definitivamente levou Josué e Calebe a ter bastante felicidade e boa fortuna naquela situação.
Qualquer situação difícil ou que nos coloque à prova nos oferece também a oportunidade de depositar a nossa fé em Deus e nas Suas promessas, e confiar que Ele fará com que todas as coisas contribuam juntamente para o nosso bem. (Ver Romanos 8:28.)
João o Amado disse: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4).
Para mim, o que muitas vezes é atribuído à “sorte”, é na verdade uma combinação de umas poucas coisas:
Quanto mais oportunidades nós abraçamos, conforme Deus nos guia, maiores as chances de êxito. Quanto mais positivamente considerarmos uma situação, melhor será a nossa reação.
Quanto mais confiar em Deus, melhor Ele poderá guiá-lo e orientá-lo a fazer coisas que você nem sequer acredita possíveis.
Adaptado de um podcast de Just1Thing, um recurso edificador de caráter para jovens.
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