Celebrando a Páscoa—Por que a Ressurreição Faz toda a Diferença?

Abril 11, 2022

Peter Amsterdam

[Celebrating Easter—Why the Resurrection Makes All the Difference]

Ao comemorarmos a Páscoa, celebramos o meio utilizado por Deus para nos conceder a salvação. Em Seu amor pela humanidade, Ele providenciou uma maneira de ingressarmos em uma relação eterna com Ele por meio da vinda do Seu filho ao mundo para viver como um ser humano e dar a vida por nós. Jesus fez exatamente isso. Veio ao mundo por amor, viveu como nós e Se entregou para ser crucificado. Sua morte nos possibilitou conhecer Deus de verdade e nos garantiu o privilégio de com Ele viver por toda a eternidade.

Jesus era o Filho de Deus. É o que nos dizem os Evangelhos e toda a Bíblia. Suas muitas palavras e obras confirmam que Ele é o Filho de Deus. Sua ressurreição, celebrada toda Páscoa, provou que Ele era tudo que dizia ser: o Messias tão esperado, o Filho de Deus.

Nos Evangelhos, Jesus refere-Se a Si próprio como Filho do Homem mais de setenta vezes. Ocasionalmente, afirmou ser o Messias, mas em geral não era assim que Se referia a si próprio. O título Messias remetia a conceitos pré-concebidos do povo da época e uma expectativa de atuação política. Afirmar constantemente ser o Messias provavelmente teria antecipado problemas tanto com os líderes judeus quanto com o governo romano. Além disso, possivelmente teria provocado pensamentos estereotipados do Messias, tão prevalentes na época, de alguém que libertaria fisicamente o povo judeu dos opressores romanos.

Ao referir-Se a Si mesmo como Filho do Homem, uma definição sem relação messiânica, no livro de Daniel, tão conhecido dos judeus na época,[1] Jesus podia falar com modéstia a respeito de Si e incluir aspectos da Sua missão, tal como Sua morte e sofrimento, que não eram considerados elementos inerentes ao Messias. Ao mesmo tempo, condizendo com o que diz em Daniel, podia expressar Sua condição superior e também evitar os conceitos equivocados existentes sobre o messias. Ao usar o título Filho do Homem, Jesus pode falar da Sua missão na terra — inclusive do Seu sofrimento, Sua morte, Sua segunda vinda, o juízo e o glorioso futuro, sem o peso do título de Messias.

Nos relatos dos Evangelhos, Jesus foi o único que usou o título Filho do Homem ao falar de Si. Fez isso para confirmar Sua autoridade para fazer o que apenas Deus era capaz, como, por exemplo, perdoar pecados: “Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” — disse ao paralítico: “Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”.[2]

Ele também Se referiu a Si mesmo dessa forma quando avisou aos discípulos de Sua crucificação e de Sua ressurreição três dias depois. Falou sobre o Filho do Homem dar a vida por resgate, ensinando que Sua morte era um sacrifício vicário, que Ele estava dando a vida para salvar os outros. “Reunindo-se eles na Galileia, Jesus lhes disse: ‘O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, e no terceiro dia ele ressuscitará’. E os discípulos ficaram cheios de tristeza.”[3]

Jesus previu que, sendo o Filho do Homem, Ele daria a sua vida por nós. “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.[4] E Ele foi crucificado, morto, sepultado — e ressuscitou. A ressurreição confirma o selo que lhe fora concedido pelo Pai celestial, e que a Sua morte foi um sacrifício por nós para nos conceder a vida eterna.[5]

Jesus também usou o termo “Filho do Homem” ao falar sobre a Sua segunda vinda, quando Ele voltará à terra para estabelecer o Seu governo e julgar os povos. O livro de Daniel fala de “um como o filho do homem” que virá nas nuvens do céu. Essa referência a uma figura de aparência humana, revestido de autoridade, glória, digno de adoração e de um reino eterno evoca a imagem de um poder reservado normalmente a Deus.

Na minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de um homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença. A ele foram dados autoridade, glória e reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído.[6]

Ao falar de Seu retorno, Jesus Se refere à visão de Daniel. Ele explica que virá “na glória de seu Pai, nas nuvens do céu com poder e grande glória, assentado em seu trono glorioso, à destra de Deus”.[7]

Ele fala também do juízo que fará com a autoridade que Lhe foi concedida pelo Pai. “Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes.”[8] Tudo o que Jesus disse sobre o juízo é extraordinário e vai muito além do que um ser humano poderia ou deveria afirmar. No entanto, Jesus, o Filho de Deus, tem essa autoridade, e Suas afirmações foram validades pelo fato de que Deus O ressuscitou.

Nos evangelhos, o próprio Jesus e outros se referem a Ele como Filho de Deus. A narrativa tece Sua condição de filho, principalmente no que Ele diz a respeito de Si. Por esses relatos, entendemos que Ele sempre existiu ao lado do Pai, bem antes da criação do mundo. Ele era o Logos, o Verbo, e a tudo criou. O Verbo se fez carne, na pessoa de Jesus, que nos ensinou sobre Deus e o Seu amor por meio da Sua maneira de viver.

No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ela estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. ... e a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.[9]

Os relatos do Seu nascimento falam dEle como filho direto de Deus, concebido pelo Espírito Santo, razão porque Ele é chamado Filho de Deus.[10] Recebeu o nome Jesus, que significa “Javé é a salvação”. Javé é um dos nomes usados pelo povo judeu em referência a Deus.

Quando Jesus foi batizado por João Batista no rio Jordão, logo no início da Sua missão, a voz de Deus confirmou Sua condição de Filho. “Assim que Jesus foi batizado... ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me agrado’.”[11] Já perto do final da Sua missão, quando Jesus passou pela transfiguração, Deus mais uma vez declarou ser Ele Seu Filho.[12]

A relação de Jesus com o Pai era singular, pois O conhecia como Filho unigênito. A Ele o Pai “tudo entregara”.[13] Quando os líderes judeus indagaram se Jesus era o Filho de Deus, Ele respondeu afirmativamente. “O sumo sacerdote lhe perguntou: “Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?” “Sou”, disse Jesus. “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu.”[14]

As afirmações de Jesus acerca de Si e do Seu relacionamento com Deus, dizendo-Se igual a Deus, às vezes aceitando que O adorassem[15] e dizendo fazer a obra do Pai, eram consideradas blasfemas e incabíveis. Os líderes religiosos judeus que O consideravam um falso messias chegaram à conclusão que Ele devia morrer para os romanos não destruírem a nação por causa dEle.[16] Apesar de não terem autoridade para matar Jesus, os religiosos conseguiram que Ele fosse crucificado pelas autoridades romanas. O suposto falso messias que dizia ser o Filho de Deus foi crucificado e o problema que Ele representava, aparentemente resolvido.

Mas então… Ele ressuscitou. A ressurreição confirmou tudo o que Ele disse ser, toda a autoridade que afirmou possuir, a sua condição de Messias e filho de Deus, Seu poder, domínio e juízo. Ele é quem disse ser.

Se Jesus não tivesse ressuscitado, tudo o que a Palavra de Deus diz a Seu respeito seria falso. A nossa fé, como disse Paulo, seria vã.[17] Mas a ressurreição provou que a nossa fé é de valor inestimável. E Jesus é comprovadamente o Filho de Deus.

A ressurreição nos dá a certeza de que os que creem em Jesus têm vida eterna. Isso é a Páscoa, uma data de louvor, para agradecermos a Jesus por Seu sacrifício, por ter dado a vida por nós. É uma data para adorarmos a Deus e Lhe agradecermos pelo Seu plano maravilhoso. Por isso, na Páscoa, podemos assumir um compromisso pessoal de compartilhar as boas novas de que Jesus ressuscitou, e oferecer a salvação que Ele nos deu e está disponível a todos que aceitarem. Feliz Páscoa!!

Publicado originalmente em abril de 2014. Trechos republicados em abril de 2022.


[1] Daniel 7:13–14.

[2] Mateus 9:6 NVI.

[3] Mateus 17:22–23 NVI.

[4] Mateus 20:28 NVI.

[5] João 6:27.

[6] Daniel 7:13–14 NVI.

[7] Mateus 16:27, 24:30, 26:64.

[8] Mateus 25:31–32.

[9] João 1:1–3, 14.

[10] Lucas 1:31–32, 35.

[11] Mateus 3:16–17.

[12] Mateus 17:5.

[13] João 3:35.

[14] Marcos 14:61–62.

[15] Mateus 14:33.

[16] João 11:47–50.

[17] 1 Coríntios 15:14.

 

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