Abril 16, 2020
“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”—Apocalipse 4:11
Em nossa vida interior, podemos estar profundamente conscientes de Deus, de tudo que Ele é e faz. Podemos nos lembrar de Seus atributos, Seu poder e Seu amor. Podemos admirar a fascinante Criação, sua beleza e esplendor. Podemos apreciar com profundidade a bondade que Ele tem mostrado a todos e reconhecer que Ele ama cada um. Podemos nos maravilhar da graça e misericórdia que sobre nós derramou por meio da salvação. Podemos nos regozijar por termos sido adotados por Ele e nos tornamos Seus filhos pelo sofrimento e morte de Jesus na cruz. Podemos estar profunda e graciosamente humilhados pela presença do Espírito Santo em nós.
Podemos entender que Ele é pessoal e nos criou para também sermos assim, podendo dessa forma ter um relacionamento com Ele, o qual podemos alimentar e fortalecer. Somos capazes de amá-lO, expressar nossa gratidão, comunicarmo-nos com Ele pela oração e escutá-lO pelos vários canais que Ele se comunica conosco.
Podemos louvá-lO. As palavras do grego e do hebraico traduzidas para louvor querem dizer, essencialmente, que devemos dar a Deus o louvor que Lhe cabe pelas Suas qualidades, feitos e atributos; louvar, adorar; dar graças, reconhecer o valor e elogiar. Podemos expressar nossa admiração, gratidão, reconhecimento e amor quando nos apresentamos diante dEle em humildade, percebendo que Deus maravilhoso, fascinante e amoroso Ele é.
Podemos entender que Deus nos falou sobre Ele mesmo por meio da Sua Palavra —Ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ele nos disse como Ele é, o que fez, como podemos nos reconciliar com Ele, como recebê-lO e como permitir que Seu Espírito habite em nós. Pela Sua Palavra, Ele nos mostrou como podemos conhecer ou amá-lO, como confiar nEle e o que O agrada. Expressou Seu amor, Sua fidelidade e Seu cuidado por nós. Podemos, portanto, conhecê-lO, amá-lO, contar com Ele e, sem reservas, acreditar e confiar na Sua Palavra e obedecê-la.
Em nossas vidas interiores, em nossos espíritos, podemos glorificar a Deus por nos lembrar sempre que Ele é Deus e o que isso significa, ou seja, que Ele é o Ser Supremo que nos criou, que tudo sabe sobre nós e tudo mais que existe, e que, mesmo sendo de tal forma majestoso, Ele nos ama e quer ter um relacionamento pessoal conosco. Quando perguntaram a Jesus qual seria o mandamento mais importante, ou, em outras palavras, qual é a coisa mais importante que os humanos devem fazer com suas vidas, Ele disse: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças”.[1]
Devemos amar Deus e assim glorificá-lO, de coração, a partir do nosso ser interior, com nossa alma/espírito, com nossas mentes racionais e com tudo que existe dentro de nós. Como o comentador de assuntos bíblicos, Matthew Henry, escreveu: “Devemos amar Deus com todo o nosso coração, devemos reconhecê-lO como o melhor de todos os seres, o mais amável, infinitamente perfeito e excelente, Aquele a quem devemos as maiores obrigações, tanto no que diz respeito à nossa gratidão quanto ao nosso interesse”.[2]
Na nossa vida exterior podemos glorificar a Deus em nossas ações. Glorificamos a Deus quando obedecemos ao que Sua Palavra nos diz, quando vivemos em conformidade com ela e praticamos no nosso dia a dia os princípios bíblicos.
Como somos seres pessoais com um relacionamento com Deus, podemos também segui-lO pela busca de Sua orientação em oração e por obedecer à orientação que nos der. Cada pessoa é diferente e o Senhor pode oferecer orientações específicas para cada um de nós. Demonstramos que O honramos quando Lhe pedimos para nos guiar e quando, por fé, fazemos o que nos diz.
Glorificamos a Deus quando a maneira como vivemos reflete Seu amor e os princípios da Sua Palavra. Ela nos instrui a deixar nossa luz brilhar, para que os outros vejam o que fazemos, como vivemos, sentimos o amor de Deus e assim o glorificamos. Quando nossas interações com os outros são espiritualmente corretas, quando nossas vidas estão alinhadas com os ensinamentos e princípios da Sua palavra, aqueles que nos observam podem ser positivamente afetados. Também glorificamos o Senhor diante dos outros quando testemunhamos, quando damos nosso testemunho pessoal, quando falamos de como Ele tem trabalhado em nossas vidas e em nossos corações, quando distribuímos literatura sobre Deus, ensinamos a Seu respeito ou de alguma outra forma falamos para as pessoas sobre Ele e Seu amor por elas.
Glorificamos a Deus quando ajudamos aqueles em necessidade, as viúvas, os órfãos, os carentes, os pobres —quando nos doamos de qualquer forma que reflita o amor e o interesse de Deus pelos outros.
Quando oramos e Lhe pedimos por ajuda para nós mesmos ou para os outros, quando clamamos Suas promessas e nos firmamos nelas, quando buscamos Sua orientação, estamos dando glória a Ele. Estamos reconhecendo nossa crença em Seu cuidado e interesse por nós, na verdade da Sua Palavra e nossa dependência das Suas promessas. Reconhecemos nossa necessidade e declaramos, pelas nossas orações, que confiamos que Ele as ouvirá e atenderá aos nossos pedidos. Ao confessarmos nossos pecados a Ele, damos-Lhe honra por reconhecermos que erramos e precisamos do Seu perdão.
Glorificamos a Deus quando amamos nossos próximos como a nós mesmos;[3] quando fazemos aos outros o que gostaríamos que nos fizessem;[4] quando amamos em obras e em verdade;[5] e quando amamos, obedecemos e reverenciamos Deus e fazemos o que Ele nos diz, pois esse é o dever de todo homem.[6] “Todas as atividades da vida, também, devem ser realizadas com o objetivo de dar a Deus reverência, honra e prazer, o que é Lhe dar glória em um nível prático.”[7], [8]
Entender que Deus nos criou para glorificá-lO nos ajuda a fazer o melhor ao nosso alcance para viver de forma a Lhe dar glória. Contudo, uma vida que glorifica Deus não é uma rua de mão única, na qual todos os benefícios vão para Ele. Há bênçãos nesta vida e na por vir que recebem os que vivem para glorificá-lO.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que realizar.—Tiago 1:25
Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos Seus caminhos. Comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.—Salmo 128:1
Teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.—Mateus 6:6
Nós, cristãos, que entendemos que o Senhor deseja que vivamos de forma a glorificá-lO, cujas vidas serão abençoadas por Ele e abençoarão outros, temos a oportunidade de cumprir o propósito de nosso Criador nesta vida e de viver com Ele para sempre em alegria e felicidade, sempre capaz de Lhe dar a glória que Ele merece.
Publicado originalmente em agosto de 2012. Trechos republicados em abril de 2020.
[1] Marcos 12:30.
[2] Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible, Vol. V-II (n.p., 1700), 226.
[3] Mateus 22:37–40.
[4] Mateus 7:12; Lucas 6:31.
[5] 1 João 3:18.
[6] Eclesiastes 12:13.
[7] 1 Coríntios 10:31.
[8] J. I. Packer, Concise Theology: A Guide to Historic Christian Beliefs (Wheaton: Tyndale, 1993), 60.
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