Encontrando e Definindo a Beleza

Outubro 22, 2019

Compilação

[Finding and Defining Beauty]

A beleza está nos olhos de quem vê? A resposta é sim e não. A beleza envolve elementos subjetivos e objetivos, tanto à preferência quanto à realidade, por isso muitas vezes há confusão sobre o assunto. A capacidade de perceber a beleza envolve um tipo de “gosto” que pode ser cultivado e treinado, ou distorcido e entorpecido... Em um mundo decaído, podemos perder nosso gosto pela beleza por desatenção, por estarmos absorvidos em nós mesmos e pelo sofrimento. Podemos até desenvolver um gosto pelo que é de fato feio.

Em última análise, a beleza está fundamentada na natureza do próprio Deus, a beleza suprema[1], e depois em Sua criação, que reflete Suas belas intenções e arte[2]. A ordem criada é magnificamente diversificada em sua beleza, abrindo espaço para uma ampla variedade de preferências e gostos para os diferentes aspectos de sua beleza.[3]

Existem conexões profundas entre bondade, verdade e beleza (por exemplo, bondade é um tipo de beleza moral[4]). O significado completo da palavra hebraica shalom transmite a rica imagem bíblica: mais do que meramente “paz”, shalom é a união e o florescer da verdade, bondade e beleza em uma vida íntegra que floresce.

No entanto, a quebra de shalom como resultado da queda resultante do pecado introduziu feiúra no mundo. O mal não é apenas falso e ruim, mas feio (por exemplo, a pornografia é uma distorção feia do belo contexto da sexualidade criado por Deus). Assim, nossas experiências de beleza são muitas vezes distorcidas e até perigosas quando adoramos a beleza em vez de Deus.[5]

Cada um de nós precisa de beleza em nossas vidas, relacionamentos, trabalho e adoração. Somos feitos para isso e ansiamos por isso. Nossa fome de beleza é uma expressão do fundamental anelo humano por shalom, principalmente por shalom com Deus.[6]

A beleza do mundo aponta para a natureza do artista divino, autor da Obra. E o desejo humano fundamental de beleza, de shalom, é uma fome que não pode ser satisfeita neste mundo degenerado. É uma indicação de que fomos feitos para muito mais do que apenas esta vida.[7]David A. Horner

A perspectiva cristã da beleza

Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.[8] A criação fala de um Deus que ama a beleza em cor, no desempenho e na ordem.

Primeiro, vemos a beleza na cor da criação. Um pôr do sol rosa e laranja, flores silvestres florescendo e a plumagem de pássaros tropicais revelam o amor de Deus pela cor. Deus poderia ter criado um mundo em preto e branco ou ter nos feito daltônicos. Salpicar cores bonitas sobre o mundo é graça divina.

Em segundo lugar, também encontramos beleza na performance da criação. Considere o voo gracioso de uma águia; deixe-se cativar pela graciosa corrida de um cervo, pela grandiosidade de uma cachoeira ou pelo delicioso cheiro de uma chuva quente na primavera. Deus criou beleza na maneira como a natureza se comporta.

Em terceiro, descobrimos o amor de Deus pela beleza na ordem existente na criação. Considere a beleza encontrada na simetria e força de uma teia de aranha. Louve a mente que criou uma cadeia de DNA de dupla hélice... Ordem é uma faceta da beleza.

Por fim, a beleza pode ser avaliada apenas em comparação com o próprio Deus. O teólogo Wayne Grudem diz: “A beleza de Deus é aquele atributo de Deus pelo qual Ele é a soma de todas as virtudes desejáveis”.

O salmista disse: “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.”[9] E também, “Glória e majestade estão ante a sua face, força e formosura no seu santuário.”[10]

Mas como comparamos a infinita beleza de Deus com a beleza encontrada em um mundo degenerado? Como avaliamos se uma obra de arte está seguindo o caráter divino da beleza? A resposta está na conexão entre verdade, beleza e bondade.

A verdadeira beleza só é encontrada onde a verdade é amada. A verdadeira beleza só é encontrada onde o bem é valorizado. Na avaliação de Deus, a beleza estética não pode permanecer em uma tela ao lado da falsidade ou do mal. Uma pintura pode representar o mal, mas não deve transmitir que o mal é bom...

Concluindo, nem sempre pensaremos corretamente deste lado do céu sobre a beleza, nem sempre produziremos beleza em nossas vidas e obras. No entanto, devemos continuar com a renovação cristã da nossa mente e nos recusarmos a nos acomodarmos com o mundo. Nosso desejo deve ser pela estética do céu, porque “Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus”.[11] Para a glória de Deus, que a beleza de Deus em Cristo santifique nossa visão, nossos afetos e nossas vidas.—Scott Lamb[12]

O que a Bíblia diz sobre beleza

O fato de o conceito de beleza ser individual é algo entendido claramente por todos. No entanto, muitos não percebem que o conceito de beleza de Deus também é todo dEle. Ninguém define para Deus o Seu conceito de beleza. Se uma pessoa é linda para Deus, ela se encaixa no conceito de beleza de Deus.

Por exemplo, Deus nunca usa a aparência física para determinar a beleza. Quando o profeta Samuel examinou os filhos de Jessé em busca do próximo rei de Israel, ficou impressionado com a aparência de Eliabe. Deus disse a Samuel: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”.[13] Nada na aparência de alguém impressiona a Deus, porque Ele vê a beleza interior, a beleza no coração da pessoa.

Deus nunca usa a origem ou a cultura de uma pessoa como critério de beleza. Pessoas de uma certa cultura raramente veem beleza em pessoas de outra cultura. Somente uma revelação divina poderia convencer Pedro a entrar na casa de um gentio e pregar o evangelho a ele.[14] Foi preciso um anjo para colocar Pedro, o judeu, e Cornélio, o gentio, juntos. Somente um sinal divino convenceu as testemunhas judaicas de que os gentios tinham inquestionavelmente o direito de serem filhos de Deus. Quando Pedro disse, “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas,”[15] ele estava dizendo, “Finalmente entendo”. Pedro percebeu que Deus não Se importa com a origem ou a cultura da pessoa. Deus aceita de bom grado aqueles que O veneram e Lhe obedecem. O conceito de beleza de Deus é diferente porque Ele ignora preferências e preconceitos culturais…

O que é belo aos olhos de Deus? ... As bem-aventuranças revelam alguns dos padrões de beleza de Deus. Uma consciência da própria pobreza espiritual, sentir-se triste por conta da maldade, ter fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração e ser um pacificador são todas qualidades de beleza. As epístolas também enfatizam atributos valorizados por Deus: manter uma fé viva durante dificuldades físicas; controlar a língua; sofrer danos pessoais para proteger a influência da igreja; fazer sacrifícios pelo bem dos outros e viver segundo as convicções cristãs diante do escárnio. Tudo isso é lindo para Deus.—De gotquestions.org[16]

Publicado no Âncora em outubro 2019.


[1] Salmo 27:4.

[2] Gênesis 1; Salmo 50:2.

[3] Eclesiastes 3:11.

[4] Filipenses 4:8.

[5] Gênesis 3:6; Romanos 1:21–25.

[6] Romanos 5:1.

[7] Eclesiastes 3:11.

[8] Salmo 19:1.

[9] Salmo 27:4.

[10] Salmo 96:6.

[11] Salmo 50:2.

[12] http://mbcpathway.com/2005/12/23/article32446-htm.

[13] 1 Samuel 16:7.

[14] Atos 10.

[15] Atos 10:34.

[16] https://www.gotquestions.org/Bible-beauty.html.

 

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