Agosto 28, 2019
Robert Jastrow (1925–2008) foi discípulo de Edwin Hubble, o famoso astrônomo americano, cuja interpretação do red shift (desvio vermelho) relativo à luz de galáxias distantes originou a Teoria do Big Bang. Após a morte de Hubble, Jastrow deu continuidade ao seu trabalho. Posteriormente escreveu o livro God and the Astronomers (W.W. Norton, 1978 — Deus e os Astrônomos, em tradução livre). Em uma entrevista falando da sua fé — ou falta de fé — ele faz uma observação interessante ao mencionar as implicações do desvio vermelho observado por Hubble:
Invertendo-se o movimento, os movimentos externos das estrelas e galáxias, e retrocedendo no tempo, ficarão cada vez mais próximos. Por fim alcançam um ponto em que são quase infinitos em densidade e temperatura, e é o máximo que se consegue alcançar. Concluímos que existe um início, um ponto no tempo em que tudo começa. Isso é notável, e tem um forte traço teológico que me intriga, porque sou agnóstico. Mas se existiu um início, um momento em que o universo foi criado, então houve um criador. Mas o criador não é compatível com o agnoticismo. Achei interessante essa questão e tive uma forte vontade de compartilhar isso com outros.
Por isso escrevi este livro. Se por um lado não consigo crer na existência de um criador, por outro também não consigo crer que tudo aconteceu por um processo randômico, o que então implica na existência de um criador. Foi assim que entrei em um beco sem saída e ali fiquei. Repito, tenho dificuldade em acreditar que tudo é só uma questão de átomos e moléculas. Por essa razão tento encaixar no meu conceito de mundo, a conclusão de que existe algum tipo de força maior que denominamos Deus, ou seja o que for. Mas não consigo aceitar isso, porque a minha filosofia é materialista. Eu acredito que o mundo consiste de substâncias materiais (e não de causas sobrenaturais). Quando se especifica essas substâncias e as leis sob as quais atuam, morre o assunto. Não é preciso dizer mais nada.
É assim que a Ciência explica. Eu sempre fui um cientista. Mas não fico satisfeito com essa explicação. Na verdade, fico inquieto; parece que falta algo. Mas sei que não descobrirei o que não consigo explicar durante a minha vida aqui na terra.[1]
Certamente uma honesta, ainda que triste, admissão. No fim da vida, Jastrow sente que a sua visão materialista do mundo deixou a desejar. Apreensivo e insatisfeito, indaga-se sobre a possibilidade de estar enganado. Sente que tem que existir mais, porém o seu orgulho intelectual, todos os seus anos acreditando num sistema materialista o fazem negar a aparente verdade da existência de um Criador. Infelizmente, ele admite que morrerá sem saber a resposta.
O famoso cientista Isaac Newton chegou a uma conclusão diferente. Ele escreveu:
A maravilhosa disposição e harmonia do universo com sois, planetas e cometas só pode ter tido origem segundo o plano e o domínio de um Ser que tudo sabe e tudo pode. … Este Ser reina sobre tudo, não como a alma do mundo, mas como Senhor de tudo e todos; e por causa disso deve ser chamando Senhor Deus, ou Senhor do Universo.
Isaac Newton foi um grande cientista e também um grande cristão; dedicou-se ao estudo da Bíblia tanto quanto ao da Ciência.
Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos, fez uma afirmação semelhante:
As evidências de um agente inteligente e poderoso são tão contundentes que, dentre o número infinito de seres humanos que já viveu em todas as eras, eles acreditaram, na proporção de pelo menos um milhão para cada um descrente, na hipótese da preexistência de um criador eterno, em vez de um universo que se autocriou.[2]
Jefferson, que não era conhecido por sua religiosidade, chegou à mesma conclusão que Newton, com base em “evidências irresistíveis”.
Até mesmo Albert Einstein, que não tinha fama de ser um homem de fé, declarou em uma entrevista em 1929:
Estamos na posição de uma criança pequena ao entrar em uma grande biblioteca cujas paredes estão cobertas por prateleiras cheias de livros em diferentes idiomas. A criança sabe que os livros foram escritos por alguém, mas não sabe quem ou como. Não entende os idiomas nos quais foram escritos. Ela observa uma ordem na disposição dos livros, uma sequência para ela misteriosa e incompreensível que ela consegue apenas vagamente imaginar. Para mim essa é a atitude da mente humana, até mesmo da pessoa mais importante e culta, a respeito de Deus. Vemos um universo maravilhosamente coordenado, regido por leis definidas, mas temos apenas uma leve compreensão delas. As nossas limitações mentais não compreendem a força misteriosa que governa as constelações.
Einstein, portanto, chegou à mesma conclusão diante das evidências, de que deve existir um “Deus”, ou “uma força misteriosa” que rege o universo.
O engenheiro aeroespacial Wernher von Braun, que liderou o programa aeroespacial americano que levou o homem à Lua, expressou-se de uma forma um pouco diferente:
Para mim, a noção de uma criação é inconcebível sem admitir-se a necessidade de um desenho. Não se pode ter contato com a lei e a ordem do universo sem concluir a existência de um plano e um propósito por trás de tudo. …Minhas experiências no campo da Ciência me levaram a Deus. Desafiam a Ciência para provar a existência de Deus. Mas será realmente necessário acender uma vela para ver o sol?[3]
Algumas pessoas deixam de passar pela porta da Salvação por muito pouco — a distância do seu coração às suas mentes. O orgulho e a incredulidade as fazem rejeitar a verdade do Evangelho. O apóstolo Pedro definiu muito bem quando disse: “Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.”[4] Tornam-se cativos de suas filosofias mundanas, aparentemente o caminho para a liberdade, e caem nas mãos de um tirano que demanda obediência total, até à morte.
A visão materialista de Jastrow prometeu-lhe liberdade das crenças “arcaicas” do cristianismo. No final da vida, porém, ele percebeu que poderia estar enganado a respeito disso. Jastrow tornou-se cativo da filosofia que lhe prometeu liberdade. Por mais que tivesse preferido o contrário, não conseguiu escapar de suas garras materialistas. Que triste final! Mas Jesus prometeu uma saída. Não precisamos morrer ignorantes da verdade. Quando buscamos Jesus de todo o coração, toda a alma e todo o nosso entendimento, Ele responde. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.[5] “Aquele que o Filho libertou é verdadeiramente livre.”[6]
[1] The Privileged Planet, documentário dirigido por Lad Allen (Illustra Media, 2004), DVD, http://www.theprivilegedplanet.com/scientists.php.
[2] Thomas Jefferson para John Adams, 11 de abril de 1828.
[3] Carta endereçada à Secretaria Estadual de Educação do estado da Califórnia, 14 de setembro de 1972.
[4] 2 Pedro 2:19.
[5] João 8:32.
[6] João 8:36.
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