A Diferença

Março 28, 2018

Irena Zabickova

[The Difference]

“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”—Romanos 12:2[1]

Pensamentos. São tantos os que passam pela minha cabeça que é quase como se estivessem correndo um atrás do outro. Eles parecem se alinhar atrás de uma divisória invisível esperando ansiosos para me inundarem com o que têm a dizer assim que encontrarem uma pequena abertura. E, por alguma razão, muitos dos meus pensamentos tendem a ser negativos, eles notam os erros e falhas em uma situação, pessoa ou coisa.

Há anos que aprendi sobre o poder dos meus pensamentos e o controle que exercem sobre mim. Pedi ao Senhor para me ajudar a manter a minha mente nEle, sabendo muito bem que só com Ele eu teria êxito e conseguiria a mudar minha maneira de pensar. Eu então comecei a me treinar fazendo um escrutínio dos meus pensamentos à medida que eles me ocorriam, e tentei discernir se era algo “amoroso” no qual pensar. “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.”[2] Se um pensamento nos leva a algo digno de louvor, eu penso nisso; caso contrário, eu o descarto rapidamente e deixo um pensamento positive entrar em seu lugar.

O interessante é que, não importa quanto tempo eu tente fazer isto, ainda me pego entretendo alguns pensamentos que não são positivos. De modo que tenho que trabalhar nisso continuamente. Não é de admirar que a Bíblia está cheia de admoestações para mantermos nossas mentes e corações no Senhor, tais como, “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.”[3] Talvez seja porque aquilo que temos na cabeça mais cedo ou mais tarde sai pela nossa boca; falamos daquilo que pensamos. Além disso, nossas mentes são o primeiro lugar no qual nos convencemos a abandonar nossa fé. Felizmente, nossa mente também é uma plataforma na qual Deus pode falar conosco com Sua voz mansa e delicada e nos encorajar a ter fé novamente.

Tenho lido recentemente sobre o grande êxodo dos judeus do Egito e sua jornada cheia de acontecimentos pelo deserto, cheia de sinais inequívocos e avisos do Senhor. Apesar da presença clara de Deus, há muitas referências de suas queixas e reclamações. Parece que um ciclo de murmuração-castigo-murmuração permeia toda a história.

Descobri, quando li esta narrativa, que tenho a tendência a essas três reações. Quando sinto-me próxima do Senhor, minha tendência é questionar como eles podiam ser tão cegos e ingratos. Se estou passando por um momento difícil, e talvez duvidando da justiça de Deus, eu quase que entendo a predisposição deles e pareço aprovar sua falta de confiança no plano e cuidado de Deus. Outros momentos, porém, tomo isso como um lembrete para estar agradecida e não pensar ou dar voz à negatividade.

Outro dia eu me peguei com as calças nas mãos, por assim dizer. Comecei a reclamar de algo e Deus me expôs porque logo dei voz à minha reclamação, o que revelou o meu negativismo e falta de fé. Justamente quando estava soltando fumaça por causa de uma questão que eu não via da perspectiva de Deus, Ele virou a tapeçaria do avesso e permitiu àqueles que ouviram as minhas reclamações verem o desenho perfeito no qual Ele estava trabalhando. Fiquei ali muda com os meus sentimentos brigando dentro de mim. Qual venceria?—Humildade e admissão do meu erro, ou o meu orgulho e alguma desculpa lógica bem pensada?

Foi então que um versículo me veio à cabeça: “E não se queixem, como alguns deles se queixaram — e foram mortos pelo anjo destruidor.”[4]

Eu me perguntava se Deus estava tentando me preparar para um futuro castigo de algum tipo, mas em vez disso, uma doce voz falou à minha mente em resposta:

“Não. Eu não o lembrei deste versículo para puni-la.”

“E daí? Qual é a diferença entre eu e os judeus no deserto?”

A resposta que me veio foi clara e envolta em humildade e amor:

“A diferença é a Minha morte—o fato de eu ter morrido pelos seus pecados depois da história no deserto já havia passado há muito antes mesmo da sua vida na terra ter começado. Quando morri por você, eu lhe dei o dom da salvação. Paguei pelos seus pecados muito antes de você os ter cometido. De modo que agora você não precisa pagar por eles. Eu já fiz isso. Esta é a diferença. A Páscoa é a diferença. Na Páscoa paguei por tudo.

“Infelizmente, muitas pessoas não entendem completamente que a Minha morte na cruz já pagou pelos seus pecados passados, presentes e futuros. Algumas acham que estão perdoadas pelo que fizeram no passado, mas que ainda precisam ser punidas pelos seus erros presentes. Desejo que compreenda que Eu já paguei por tudo, de uma vez por todas, e você não tem que pagar por mais nada, e tudo por causa da Páscoa.

“Então, Feliz Páscoa! Que ela o faça lembrar do Meu amor. Eu morri por você e ressuscitei vitorioso do túmulo na Páscoa. Os seus pecados são perdoados, foram lavados e limpos pelo Meu sangue, que derramei liberalmente por você!”

*

“Eu lhes escrevo porque os seus pecados foram perdoados, graças ao nome de Jesus.”—1 João 2:12, NVI

“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.”—1 Tessalonicenses 5:9, NVI


[1] NVI.

[2] Filipenses 4:8, NVI.

[3] Mateus 22:37, NVI.

[4] 1 Coríntios 10:10 NVI.

 

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