Junho 20, 2017
Todos nós temos: planos que não têm os resultados desejados, orações que parecem não passar do teto, e sonhos despedaçados, enquanto tentamos entender o que deu errado. Seguimos adiante, deixando para trás os sonhos despedaçados e as orações aparentemente não respondidas, mas tudo isso muitas vezes permanece gravado na nossa memória juntamente com a pergunta: Por que as coisas não saíram como eu planejei, como eu esperava ou tinha orado?
O que é um sonho despedaçado, afinal, a não ser a ideia que tínhamos de um caminho ou uma direção que achamos que nossa vida devia ter seguido, mas que foi por outra direção? Em algum ponto seguimos em uma direção e parece que nossa vida se desmantelou, perdemos o rumo ou erramos o caminho.
Somos seres humanos falíveis, e geralmente achamos que fracassamos. Começamos a pôr a culpa em nós mesmos ou nos outros, e às vezes carregamos o peso de um fracasso ou desapontamento por anos e anos. Culpar os outros pode ser um peso muito grande. Até o largarmos e perdoarmos, pode atrapalhar e tirar a alegria da nossa vida a tal ponto que a vida em si pode se tornar uma experiência triste e desgastante.
É uma visão limitada demais julgarmos as situações em termos de “sucesso” ou “fracasso”! Espiamos e vemos apenas um vislumbre que, mais uma vez, reitera uma triste aceitação do nosso fracasso. Mas se conseguíssemos contemplar nossas vidas a partir de uma perspectiva maior e mais ampla, veríamos muitos outros elementos, cores e destaques, e essa pequena imagem se transformaria na maravilhosa obra-prima que na realidade pode ser e provavelmente é aos olhos de Deus.
Muitas vezes focamos as situações negativas, as perdas e aparentes fracassos, sendo que a nossa vida é uma pintura colorida, alegre e radiante. Talvez essas situações negativas em nossas vidas representem uma amizade perdida, uma separação dolorosa, uma atividade divertida que não se concretizou, ou talvez a sensação de que nossas metas e sonhos estão desvanecendo pouco a pouco levados pela vida complicada, atarefada, e nem sempre a nosso favor.
Se tentarmos decifrar Deus ou entender completamente Seu plano para nossas vidas, forçando tudo a se encaixar na nossa limitadíssima perspectiva, ficaremos decepcionados conosco mesmos e com Ele quando as coisas não acontecerem como sonhávamos ou esperávamos.
Mas se tivermos a fé de Lhe entregar os cacos dos nossos sonhos e esperanças, confiando que Ele resolverá da maneira que sabe ser melhor, veremos que nossos sonhos podem ser restaurados e que nem tudo está perdido. E como isso pode acontecer? Quando vai acontecer? Da maneira perfeita de Deus e no Seu perfeito momento. Nós, humanos, estamos presos aos limites do espaço e do tempo. Deus, por sua vez, tem uma forma muito diferente de ver as coisas. Para Ele, tudo que acontece está dentro do Seu grande plano, principalmente as coisas que confiamos aos Seus cuidados e perfeito amor.
Ele deseja apenas que Lhe entreguemos nosso coração e reconheçamos que precisamos dEle. É muito fácil querer entender tudo, pegar os cacos de nossos sonhos e tentar juntar os pedaços. Enquanto isso, Ele está nos cutucando, pedindo que O deixemos juntar os pedaços para criar algo ainda melhor para nós. Mas, às vezes, ficamos tão ocupados com os cacos e nossa visão pequena e limitada de como queremos ou achamos que tudo deve transcorrer, que O excluímos do processo.
Quando isso acontece, Ele, no Seu amor e paciência, espera até chegarmos ao nosso limite máximo e tentativas frustradas de retificar as coisas e então recolhe os pedaços de nossos sonhos despedaçados e os transforma em algo muito melhor do que poderíamos imaginar.
Deus, que é só amor, tem Seus próprios sonhos para nossas vidas. Ele, que tem apenas o nosso melhor interesse em mente, fica esperando com um pincel nas mãos, pronto para pintar e transformar em realidade o Seu sonho de uma vida cheia de toques de luz, nuances de cores, intensidades e texturas. E é um sonho que não se despedaçará. Nós só precisamos nos deixar levar para que Ele crie algo lindo em nossas vidas.—Janet Kluck[1]
Algo bom e muito lindo
Deus criou em minha vida
Entendeu minha confusão
Só tive que Lhe entregar as dores e meu coração.
Meus sonhos nobres e honrados
Eram os que eu tinha sonhado
Esperava da vida algo melhor
Acreditava e não pensava no pior
Mas meus sonhos se desfizeram
Meus castelos ruíram, minha sorte arruinada
Então todos os cacos embrulhei
E aos pés da cruz eu deixei.
—Gloria Gaither
A jornada de João com Jesus está repleta de vitórias, perseguições e sofrimento. Mas o final é de alegria e adoração. Quando ainda jovem, pescando às margens do mar da Galileia, João deixou tudo para seguir Jesus. Ouviu Seus ensinamentos para os discípulos e testemunhou sinais, milagres e maravilhas, bem como a ressurreição e ascensão de Jesus. Isso levou João de volta a Jerusalém e por fim a Éfeso, uma cidade idólatra e pagã. Posteriormente João seria exilado e passaria o resto dos seus dias na ilha de Patmos.
Foi-lhe tirado tudo, família, amigos, seu lar, suas posses e o mundo que ele conhecia. Ali, João ficou sozinho com Jesus. Não era mais presunçoso e apaixonado, mas humilde e corajoso, um cidadão do Céu. Chegou ao ápice ao deixar um mundo ao qual não sabia se voltaria. A revelação que João dá do apocalipse, que significa “revelar” ou “descobrir” é como se Jesus estivesse abrindo a cortina e dizendo: “Esta é a realidade. Esta é a história verdadeira”. Não importa o que João estava vendo acontecer ao seu redor, ele confiava que Jesus tinha algo muito maior para lhe mostrar do que ele conseguia ver.
Às vezes, no nosso relacionamento com Deus, parece que estamos em uma ilha como Patmos, só nós e Deus. Ele é o fim do caminho para nós. Jesus disse: “Viremos a ele e nele faremos morada.”[2] Jesus fazer morada em nossos corações significa chegar à casa. A experiência de Patmos pode nos fazer sentir que estamos sós, mas “Deus jamais o deixará ou abandonará.”[3] Oswald Chambers escreve: “Um servo de Deus deve conhecer a solidão a ponto de jamais perceber que está só.”
As decepções vão e vêm na vida do cristão. Pessoas com quem tínhamos um bom relacionamento se afastam, e também algumas que nos acompanhavam… Devemos edificar a nossa fé não em luzes tênues, mas na luz que nunca falha. As revelações de João nos dizem que a vida na terra está nas mãos de Jesus. Se continuarmos confiando nEle, um dia veremos além da visão natural e veremos a face de Deus.—Charles Price
Publicado no Âncora em junho de 2017.
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