Janeiro 18, 2017
Jesus [disse]: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.—Mateus 22:37–40[1]
Você provavelmente já ouviu o ditado do grupo religioso Quaker, que diz: “Passarei por este caminho apenas uma vez. Por isso, toda a amabilidade que eu puder demonstrar e todo o bem que puder fazer, eu farei agora. Pois nunca mais passarei por este caminho.”
A vida é tão agitada que é fácil se envolver demais em todos os afazeres. Independente da sua profissão e estilo de vida — quer estude, trabalhe, administre uma obra missionária no exterior, quer seja pai ou mãe solteiro — despendemos tanto tempo e energia nos muitos detalhes do dia a dia que nem paramos para pensar no que estamos fazendo com nossas vidas e por quê.
Resumindo, para os discípulos cristãos, o motivador de nossas ações deveria ser o amor. Afinal de contas, Deus é amor. Amar é o nosso maior privilégio e obrigação — amar acima de tudo a Deus e depois disso amar os outros.
O que nos torna capazes de amarmos os outros, nos sacrificarmos pelos outros e vivermos altruisticamente?
São perguntas difíceis de responder. A verdade é que nenhum de nós tem em si a capacidade de emanar amor constantemente, ou sermos altruístas e nos preocuparmos e estarmos interessados nos outros. — A menos que tenhamos o amor de Deus em nossos corações e estejamos dispostos a compartilhar isso com as pessoas ao nosso redor.
Devemos entender que o amor não é uma peça de roupa que vestimos ou tiramos. Tem que ser uma parte viva e vibrante em nosso coração. Devemos estar preenchidos com amor por meio do Espírito de Deus. Depois tomar a decisão de demonstrar amor quando surgem as oportunidades. Isso não é algo automático como gostaríamos. Pessoalmente não temos amor suficiente para amar como Jesus nos instruiu a viver, a nos amarmos uns aos outros como Ele nos ama.
Viver como o Senhor pretende que vivamos exige recorrer a Ele e receber o Seu Espírito e amor.
E como fazer isso? O segredo é passar tempo com Jesus, absorver a Sua Palavra no nosso íntimo e deixá-lO nos empoderar para amarmos os outros como Ele deseja; termos comunhão suficiente com o Senhor para que o Seu amor emane dos nossos corações e transborde para as pessoas ao nosso redor.
Existem ocasiões quando demonstrar ou expressar amor é um sacrifício. Muitas vezes, seguir as indicações de Deus para amar vai contra a nossa natureza. Não é conveniente, não faz sentido, ou nos parece desnecessário. Por algum motivo, muitas vezes evitamos ou demoramos para expressar o amor e a admiração que temos pelas pessoas. O triste nessa situação tão comum é que, quando deixamos de demonstrar apreço, perdemos a oportunidade de encorajar ou transmitir de maneira tangível como Deus vê a pessoa. Alguém disse certa vez: “Sentir amor e não expressá-lo é como embrulhar um presente e não entregá-lo.”
A seguinte história, de Tom Anderson, revela algo novo sobre demonstrar amor e apreço.
Uma vez, durante uma viagem para a nossa casa de férias, eu jurei que, durante duas semanas, tentaria ser um marido e um pai amoroso. Completamente amoroso. Incondicionalmente amoroso.
Tive essa ideia quando ouvi um comentarista no toca CD no carro durante a viagem. Ele citava uma passagem bíblica sobre o marido ter consideração pela esposa. E disse: “Amor é um ato de vontade. A pessoa decide que vai amar”. Tive que admitir que tenho sido um marido egoísta, que nossa relação se tornou insossa devido à minha insensibilidade e tudo relacionado a coisas sem importância, como, por exemplo, chamar a atenção de Evelyn por se atrasar; insistir em assistir ao canal que eu queria; jogar fora o jornal do dia anterior que eu sabia Evelyn ainda não tinha lido. Bem, durante duas semanas tudo isso ia mudar ia ser diferente.
E mudou, a partir do momento em que beijei Evelyn na porta e disse: “Essa blusa nova amarela ficou ótima em você”.
“Tom, você reparou”, ela disse surpresa e feliz, talvez até perplexa.
Depois da longa viagem eu queria sentar e ler. Evenly sugeriu uma caminhada na praia. Eu ia recusar, mas pensei, Evelyn está aqui sozinha com as crianças a semana toda e agora quer ficar a sós comigo. Enquanto as crianças empinavam pipas nós caminhamos na praia.
E assim foi. Duas semanas sem ligar para a firma de investimentos em Wall Street da qual sou diretor; uma visita ao museu das conchas — apesar de eu detestar museus (mas foi gostoso); mordendo a língua enquanto Evelyn demorava para se aprontar e íamos nos atrasar para o jantar no qual éramos convidados. Decidi continuar me lembrando de tomar a decisão de amar.
Só teve um problema com a minha experiência. E Evenlyn e eu ainda rimos disso. Na última noite na casa, ela olhou para mim com a cara mais triste.
— O que aconteceu? — eu lhe perguntei.
— Tom, você está sabendo de algo que eu não sei? — Ela perguntou preocupada.
— Como assim?
— Aquele exame que fiz há algumas semanas… o nosso médico… ele lhe disse algo sobre mim? Tom, você tem me tratado tão bem… eu estou com alguma doença terminal?
Demorou um pouco para eu entender o que ela disse. Então caí na risada.
Tomando-a nos braços e lhe dando um beijo, eu disse:
— Não, querida, você não está morrendo, está começando a viver!—Tom Anderson
Nesse caso, Tom “escolheu amar” ao deixar de lado suas preocupações com a vida profissional em Wall Street e seus interesses pessoais para focar sua atenção de forma positiva na família, principalmente na esposa. O resultado oferece ainda mais evidência de que, quando tomamos tempo para amar, causamos um impacto significativo e duradouro. Neste caso, a esposa ficou tão surpresa pela atenção que o marido lhe estava dispensando que pensou ter algum problema. Chegou a pensar que estava morrendo. No final ela estava bem. Mas há muitos no mundo morrendo por um pouco de atenção, compaixão e amor. Todos nós provavelmente conhecemos pessoas assim.
Na verdade, todos nós nos sentimos assim em algum momento. Se for o caso, como gostaríamos de ser tratados? Por que haveríamos nós de não dividir isso com outros?
Viver no amor de Deus e amando aos outros oferece muitos benefícios. Uma das coisas mais gratificantes é que, quando vivemos mais pelos outros do que por nós mesmos, encontramos o propósito da vida. Quando vivemos uma vida com propósito, a nossa vida tem valor. Não são muitas as coisas eternas, exceto o amor. O amor tem valor eterno. O que você acha disso para um propósito? A vida egoísta, depois de um tempo nos deixa vazios, porque Deus nos criou com anelos que só serão satisfeitos por algo maior do que nós mesmos, por uma relação de amor com Ele e outros. Ele nos criou com a necessidade de ajudarmos, de nos sacrificarmos para encontrarmos realização e propósito na vida.
Reflita nesta próxima história verídica:
Um corretor financeiro de Wall Street que chamaremos de Bill Wilkins, acordou certa manhã em um hospital para pessoas embriagadas. Desanimado olhou para o médico de plantão e perguntou:
— Doutor, quantas vezes já vim para cá?
— Cinquenta!
— Imagino que o álcool ainda vai me matar um dia destes!
— Bill, — respondeu o médico sério — não vai demorar muito.
— Então, — disse Bill — que tal uma dose para me deixar melhor?
— Dada a circunstância acho que não tem problema — concordou o médico. — Mas vou fazer um trato com você. No quarto ao lado está internado um jovem em péssimas condições. É a primeira vez que ele é trazido para cá. Talvez, se você lhe mostrasse o seu terrível exemplo, consiga deixá-lo com medo suficiente para ficar sóbrio o resto da vida.
Bill interessou-se na proposta, sem ressentimento algum. Concordou e lembrou o médico do drinque que tomariam juntos quando ele voltasse da visita ao rapaz.
O jovem acreditava estar condenado, e Bill, que se considerava agnóstico, por incrível que pareça viu-se incentivando o rapaz a recorrer a uma força maior.
— O álcool é uma força externa que o dominou. Apenas uma outra força externa vai poupá-lo. Se não quer chamar a isso de Deus, chame de verdade.
Bill ficou muito impressionado consigo mesmo, independente do efeito de suas palavras no jovem. De volta ao quarto, esqueceu-se do trato com o médico. Nunca cobrou o drinque que teriam juntos. Ao pensar em outra pessoa ele deu à lei do altruísmo uma chance de agir em sua vida. Funcionou tão bem que ele viveu tempo suficiente para se tornar o fundador de um movimento extremamente bem sucedido na cura pela fé, os Alcoólicos Anônimos.
William Griffith Wilson era o nome de Bill, apesar de que, de acordo com a tradição nos Alcoólicos Anônimos, a maioria o conhecia apenas como Bill W. Ele jamais poderia imaginar o bem em escala mundial resultante do momento em que mudou o seu foco do egoísmo para o altruísmo! Ao deixarmos de pensar em nós mesmos e investirmos em outros recolhemos os maiores dividendos.—Fulton Oursler
Ali estava uma pessoa no auge do desespero, internada 50 vezes pelo uso excessivo álcool. Ele devia se sentir tão derrotado e sem esperança, principalmente por ser agnóstico! Mas até ele conseguiu recomeçar ao se preocupar com outros e tentar ajudá-los.
A maioria de nós já vivenciou renovação pessoal. Talvez quando não conseguíamos mudar algo, apesar de nosso grande esforço, até o dia em que paramos de pensar em nós e começamos a pensar nos outros, então tivemos força de vontade para mudar, progredir, avançar e até ajudar um amigo a fazer o mesmo.
Elisabeth Elliot expressa este conceito da seguinte forma:
Às vezes você sente que é um solo árido e improdutivo? Eu me sinto. Quando eu própria preciso me revigorar é difícil pensar nas necessidades alheias. Mas descobri que se, em vez de orar pelo meu próprio conforto e satisfação eu pedir ao Senhor para me capacitar a ajudar outros, acontece algo surpreendente: as minhas necessidades são supridas. A renovação ocorre de maneiras que eu jamais teria imaginado, tanto para outros e, como consequência, para mim.
Jesus disse:
“Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês”.—Lucas 6:38 [2]
Roadmap foi uma série de vídeos produzida pela AFI para jovens adultos. Publicado originalmente em 2010. Adaptado e republicado no Âncora em janeiro de 2017.
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