Paz na Terra

Dezembro 7, 2016

Compilação

[Peace on Earth]

Nós adoramos a história do Natal. Todos os anos repetimos essa leitura. Mas o que aconteceu com a parte que fala de paz na terra? Dois mil anos depois continuamos vivendo em um mundo violento, não por falta de interesse na paz. Nós e muitas filosofias pregam paz e esperança, mas nada disso parece funcionar.

Então, o que é essa “paz na terra” mencionada pelos visitantes celestiais? Em João 14:27, Jesus disse aos discípulos: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se atribulem vossos corações nem se atemorizem.”

A diferença entre a paz que Cristo concede e a paz que o mundo oferece é que a última é externa e superficial, relacionada a estruturas, organizações, tratados de paz, exércitos e qualquer outro elemento que possa criar paz. Mas a paz que Jesus dá é interna. Ele disse: “Não se atribulem vossos corações”. Não está relacionado às estruturas sociais, mas ao coração, pois a Bíblia diagnostica que o maior problema no mundo é o nosso coração, não é algo externo.

Ao entendermos isso, podemos procurar uma solução. A paz que Jesus dá origina dEle e do Seu Espírito que em nós habita. Ele falou sobre paz em João 16:33. “Digo-vos estas coisas para que tenhais paz. No mundo tereis aflição.” — Um fato reiteradamente comprovado pela História da humanidade.

O mundo vive em conflito constante. Jesus, porém, nos oferece paz interior independentemente de conflitos e circunstâncias.

O mundo não precisa de mais conselheiros, filósofos ou novos conceitos. Já exaurimos nosso raciocínio e continuamos nas trevas da nossa própria sabedoria. O mundo precisa é de um Salvador.

O nascimento de Cristo é uma história vivente que só faz sentido se entendermos a cruz de Cristo. Devemos tomar cuidado para não colocarmos o Natal em uma caixa, celebrando o nascimento de Jesus e ignorando a razão desse nascimento.

A grande notícia do Natal, “Hoje vos nasceu um Salvador”, resulta em paz na Terra, porque Cristo veio reconciliar a humanidade com Deus. A mensagem de “paz na terra entre os homens” é consequência do nascimento, morte e ressurreição do nosso Salvador. Começa em nossos corações ao reconhecemos a necessidade de sermos salvos. Jesus Cristo é a esperança para a “paz na terra” e a única maneira de adquirirmos essa paz.—Charles Price

 

Uma vida solitária

Eis um homem que nasceu numa vila desconhecida, filho de uma camponesa. Cresceu em outra vila desconhecida e trabalhou numa carpintaria até os trinta anos, depois do que, por três anos, foi pregador itinerante.

Nunca escreveu um livro ou ocupou um cargo público. Não teve casa própria ou constituiu família. Jamais cursou uma universidade.

Ele nunca chegou a entrar numa cidade grande e se afastou menos de duzentos quilômetros daquela onde nasceu.

Ele nunca fez nenhuma das coisas que a sociedade contemporânea consideraria um sinal de grandeza. Não tinha credencial alguma, a não ser Ele mesmo. Não possuía nada deste mundo, só o poder da Sua divindade.

Enquanto ainda jovem, a maré da opinião pública se voltou contra Ele. Seus amigos O abandonaram, um dos quais O negou enquanto que outro O traiu. Foi entregue aos Seus inimigos e passou pelo ultraje de um julgamento. Foi pregado a uma cruz entre dois ladrões e, na hora da Sua morte Seus executores apostavam, disputando a única propriedade que tivera na Terra: uma túnica. Depois de morto, foi tirado da cruz e posto num túmulo emprestado por um amigo que dEle sentiu pena.

Dezenove séculos já se passaram e hoje Ele é o centro da humanidade, a maior fonte de orientação e inspiração divina. Não posso me equivocar ao dizer que nem mesmo todos os exércitos que já marcharam, todas as esquadras já formadas, todos os parlamentos já constituídos e todos os reis que já reinaram, somados, tiveram tanto impacto na vida do homem como o teve essa vida solitária.—James Allan Francis (1864–1928) 

 

Uma vida que mudou o mundo

Como poderia esta única vida, vivida dois mil anos atrás, continuar a ter um efeito tão monumental no mundo até o dia de hoje? Porque foi a vida de Jesus Cristo, o Filho de Deus, cujo propósito em vir à Terra foi nos ajudar a entender a natureza de Deus.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Deus sacrificou Seu Filho, e Jesus sacrificou a Sua vida para pagar pelos nossos pecados e nos mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus ressuscitou dos mortos para nos dar a chance de voltar a um relacionamento pleno com Deus, de quem o pecado havia nos separado. Receber este presente é tão simples como a simplicidade daquela vida que nos proveu tal presente. Basta aceitar permitindo que o Seu amor torne-se parte de sua vida agora e na vida por vir.

Aquela vida aparentemente insignificante que tinha pouco a oferecer, segundo o julgamento que o homem faz das coisas, teve a habilidade de mudar o mundo através das vidas de Seus seguidores e mudar o coração de bilhões ao longo dos séculos.

Como isso poderá me ajudar a fazer a diferença neste mundo? A resposta é que Ele deu um meio para Seus seguidores continuarem a levar o Seu legado. Ele pode revesti-lo de poder com o Seu Espírito e operar através de você para continuar Sua missão de mudar vidas. Se for um seguidor de Jesus, pode continuar a mudar o mundo através dEle. A missão de Jesus pode se tornar a sua. Ter o Seu Espírito operando através de você para mudar corações e vidas de outros ocasiona uma mudança duradoura—uma mudança tal que as dificuldades da vida não podem roubar.

Você talvez não veja os resultados aparentes em cada pessoa, mas se fizer a sua parte para dar o amor e o propósito que encontrou na vida com todos que receberem isso, saberá que este mundo é um lugar melhor por você ter passado por aqui.—Maria Fontaine

 

Onde está o Natal

Uma mãe continuando viagem,
Rejeitada em uma estalagem;
Longe de sua cidade
E da sua fraternidade.
Um estábulo surge do nada,
Mal construído, chão de barro.
Nasceu ali alguém maior que nações
Que toda Roma e suas construções.

Homens saudosos do lar em suas casas,
Estranhos peregrinos debaixo do sol,
Sentem falta ao final do dia
Da sua verdadeira moradia.
Vivem suas lutas e conflitos
Chances, honra e perigos,
Mas podem encontrar o seu nicho
Na essência do primeiro Natal.

Um Menino no estábulo mal cheiroso
Onde animais esperam seu alimento;
Só onde Ele não tinha um lar
Nós encontraremos nosso lugar
Construímos com nossa mente e mãos,
Mas perdemos o coração!
Em um lugar desconhecido
Debaixo dos céus, escondido.

O mundo é um lugar desprovido
Mas tudo pode ser melhor acolhido.
Temos muito espaço e o ar
Para admirar, mas também guerrear
A paz, porém, se distancia
Continuamos na agonia
Com asas incríveis, rodeando estonteantes
Uma estrela deslumbrante.

Para a inauguração de um lar celestial
O ser humano chegará no dia especial
Lugar mais antigo que o Paraíso
E admirável do que a poderosa Roma.
Onde encontrará a estrela vagante,
E coisas que não podem ser neste instante,
Onde Deus sentiu solidão singular
Mas a alma humana encontrará o seu lar.

—G. K. Chesterton (1874–1936)

Publicado no Âncora em dezembro de 2016.

 

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