Agosto 10, 2015
Disse Deus: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança” … Assim Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou.[1]
Os seres humanos (macho e fêmea) foram criados à imagem e semelhança de Deus. Deus estava comunicando que ia criar seres como Ele. Não disse que seriam exatamente iguais a Ele ou que aqueles que estava prestes a criar seriam divinos como Ele é, mas que os seres humanos seriam de algumas formas similares a Deus
Seres humanos foram criados para terem similaridades com Deus. Apesar de Adão e Eva terem pecado e se separado de Deus, e de toda a humanidade estar separada de Deus pelo pecado, não se perdeu completamente a semelhança com Deus. Após destruir toda a humanidade, exceto Noé e sua família no Dilúvio, Deus reiterou haver criado os humanos à Sua imagem. O Novo Testamento também fala da semelhança entre Deus e os homens: Deus fez o homem à Sua semelhança.[2]
Apesar de os humanos ainda serem a imagem e semelhança de Deus, a queda do homem trouxe mudanças. Até então, Adão e Eva viviam em condição de pureza e tinham capacidade de não pecar. Eles podiam escolher pecar, assim como podiam escolher não pecar. Depois da queda, isso mudou. Sua pureza moral acabou e o desejo e habilidade para permanecerem na vontade de Deus foi distorcido. Os humanos passaram a ser pecadores por natureza e, apesar de poderem optar por não pecar às vezes, o pecado é parte da sua natureza e não possuem a habilidade para não pecar. Ainda são criaturas segundo a imagem de Deus, mas esta foi alterada pelo pecado.
A natureza humana original é a que existia antes da queda do homem e foi corrompida pelos efeitos do pecado. Felizmente, nós, cristãos, podemos combater alguns dos efeitos de nossa natureza degradada quando acreditamos, obedecemos, internalizamos e aplicamos a Palavra de Deus. Quando houver a ressurreição dos mortos e os cristãos ressurgirem em glória e se reunirem aos seus corpos, seremos libertados dos efeitos da natureza do homem resultante da sua queda.
Como os humanos são as únicas criaturas que Deus diz ter criado à Sua imagem e semelhança, são significativamente diferentes de todo o restante da criação animal. Apesar de os animais terem alguns elementos dessas características ou as ter em diferentes graus, a presença delas no homem é quantitativamente superior.
Assim como Deus é um ser plural na Trindade, os seres humanos refletem parte dessa pluralidade em que o homem e a mulher, sendo dois, se tornam uma só carne pelo casamento. Os humanos são seres pessoais. Interagimos e estabelecemos relacionamentos complexos uns com os outros
Temos consciência; estamos conscientes de nós mesmos, da nossa existência. Podemos nos conhecer, nos examinar e nos julgar. Somos seres morais e temos um senso interior de certo e errado
Possuímos livre arbítrio e autodeterminação. Temos a habilidade de escolher entre várias opções e, feito isso, avançar para a realização da meta escolhida
Nossos espíritos invisíveis imateriais são imortais. Deus sempre existiu e a imortalidade é parte da Sua essência, e, feitos à Sua semelhança (apesar de não sermos exatamente como Ele), o espírito dos seres humanos são imortais, no sentido de que viverão para sempre após se separarem dos respectivos corpos, no ato da morte.
Somos criaturas racionais, com a habilidade de pensar logicamente, raciocinar e estar consciente do passado, presente e futuro. Vivenciamos uma grande variedade de emoções.
Somos criativos. Não criamos no mesmo nível que Deus cria, mas somos dotados de criatividade de ideias e pensamentos e, assim, podemos “criar” música, arte ou literatura. Além de gerar ideias, podemos produzir as possibilidades de as materializar. Usamos uma linguagem complexa para nos comunicarmos.
Há outras maneiras de a imagem e semelhança de Deus se manifestarem na humanidade, mas estas são algumas das mais importantes.
A Bíblia diz que quando Deus concluiu a criação disse que tudo que Ele havia feito era muito bom. Isso incluía Adão e Eva. Lemos também nas Escrituras que Ele os fez justos.
Viu Deus tudo o que tinha feito, e que era muito bom. E houve tarde e manhã — o sexto dia.[3]
Como foram considerados muito bons, e tinham elementos de conhecimento, integridade e santidade, entende-se que Adão e Eva não foram criados em um estado de inocência com neutralidade moral, mas que eram moralmente íntegros. Do momento em que foram criados até pecarem Adão e Eva eram moralmente íntegros e capazes de não cometerem pecado.
Quando Adão e Eva pecaram, continuaram sendo à imagem e semelhança de Deus. Contudo, não tanto quanto antes. Não eram mais moralmente íntegros, como haviam sido, pois haviam desobedecido ao mandamento de Deus, corrompendo a natureza humana original.
Isso também mudou o relacionamento com Deus, pois foram expulsos do Éden e impedidos de retornar, “para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.” Nesse momento, a morte física passou a fazer parte da humanidade. Como Deus lhes disse que se comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal certamente morreriam, conclui-se que se não o comessem do fruto dessa árvore não teriam de morrer. As Escrituras não nos dizem exatamente como isso aconteceria, mas expressa que a morte entrou na humanidade em consequência do pecado.
O fato de Adão e Eva haverem pecado trouxe mudanças na humanidade de proporções épicas. As consequências de seus pecados trouxeram uma separação entre Deus e a humanidade. Causou uma distorção e degradação da imagem de Deus no homem, de forma que este deixou de ser moralmente puro, e fazendo o homem viver em um estado de pecaminosidade, não mais capaz de não pecar. Por isso, a Palavra de Deus diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.[4]
O espírito humano vive além da morte do corpo físico, mas este volta ao pó, conforme a sentença de Deus pelo pecado.
As consequências do pecado na humanidade estão profundamente legadas ao plano de Deus para a salvação. Na encarnação, morte, ressurreição e volta de Jesus, essas consequências são superadas. Sua morte e ressurreição trouxeram a salvação de nossas almas, o que significa que os pecados da humanidade foram expiados por Cristo e esse perdão está disponível a todos que O aceitarem. A separação entre Deus e o crente já não mais existe, pois a morte de Jesus trouxe a reconciliação entre Deus e os que receberam Seu Filho.
A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante Ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis.[5]
Pois se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem agora alcançamos a reconciliação.[6]
Os corpos de todos os crentes morrem, mas à volta de Jesus, serão ressuscitados (os corpos dos crentes que estiverem vivos nesse momento serão imediatamente transformados), e seus espíritos se unirão aos seus corpos e os corpos ressurretos e, corpos e espíritos, juntos, viveram para sempre.
Por meio do amor, graça e misericórdia de Deus, manifestos na morte e ressurreição de Jesus, os humanos receberam a oportunidade de superar todos os efeitos de seus pecados e da natureza pecaminosa. A morte física será derrotada conforme nos levantarmos dos mortos e recebermos nossos corpos ressurgidos e imperecíveis. A separação espiritual causada pelo pecado deixará de existir e a comunhão com Deus será plenamente restaurada. Em vez de sermos como o primeiro homem, o homem de pó, Adão, seremos como o homem do Céu, Jesus,[7] e refletiremos a Sua imagem.[8]
Publicado originalmente em julho de 2012. Adaptado e republicado em agosto de 2015.
[1] Gênesis 1:26–27.
[2] Tiago 3:9.
[3] Gênesis 1:31.
[4] Romanos 3:23.
[5] Colossenses 1:21–22.
[6] Romanos 5:10–11.
[7] 1 Coríntios 15:47.
[8] 1 Coríntios 15:49.
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