Abril 27, 2015
Em questão de uma semana, ouvi três pessoas dizerem três coisas diferentes, mas interligadas, que me fizeram pensar na minha interação com Deus e Sua participação na minha vida.
A primeira pessoa disse que não sabia se Deus realmente Se importava com o que fazemos, que talvez não esteja interessado nas decisões que tomamos, além da Salvação. Disse que talvez a maioria das nossas escolhas não fazia diferença para Ele, principalmente as corriqueiras.
A segunda pessoa disse que tinha ouvido um palestrante em um podcast dizer que Deus só intervém depois que chegamos ao limite e não temos mais nenhum outro meio de descobrir a Sua vontade. Segundo ele, Deus espera que usemos todos os recursos disponíveis e façamos tudo o que podemos, antes de Se envolver.
A terceira pessoa mencionou que depois de criar o mundo, Deus fez como um relojoeiro, montou o relógio, deu corda e o largou para funcionar por conta própria. Deus criou o mundo e as leis da natureza, e depois deixou tudo funcionar sem intervenção ou envolvimento da Sua parte.
Fiquei pensando nesses comentários por alguns dias, porque essa maneira de ver as coisas me incomodou. Algo dentro de mim se recusava a aceitar que Deus não Se importava nem queria participar da minha vida, ou que receber Sua atenção exigia tanto empenho que nem parecia valer a pena.
Se algum desses três conceitos é verdadeiro, eu não precisaria de Deus para mais nada a não ser a Salvação. De que adiantaria Deus para mim? Nos momentos de conflitos, na hora da necessidade de orientação, preciso ter certeza que Ele pode me ajudar, e não ficar me indagando se Ele Se importa ou vai Se envolver. — Ou quão ruins as coisas precisam ficar para Ele agir.
Remoendo esses três pontos de vista, lembrei-me que Deus interveio na minha vida em diferentes ocasiões, deixando claro que estava interessado nas minhas decisões. Há muitos anos, tive um sonho no qual recebi a resposta antes sequer de saber qual era a pergunta. O sonho foi alguns dias antes de me serem oferecidos dois serviços. Ficou bem claro que oferta eu devia aceitar, o que me colocou no caminho do meu trabalho principal para o Senhor.
Em inúmeras ocasiões busquei e recebi a orientação do Senhor. Orei e encontrei soluções. Pedi a Deus para me responder e Ele me atendeu: falando comigo em profecia, falando ao meu coração, durante a leitura da Palavra, e por meios de circunstâncias. Ele me deu conselhos e orientações claros que funcionaram. Eu sei, por experiência pessoal, que Deus Se importa, está interessado em mim e intervém na minha vida.
O Antigo e o Novo Testamento contêm diversos exemplos da interação de Deus com o homem, Sua intervenção, orientação e conselhos, bem como instruções e avisos.
A Bíblia diz explicitamente que devemos buscar a orientação divina antes de uma decisão, e se o fizermos, Ele nos mostrará:
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.[1]
Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.[2]
A fé de Davi na orientação divina fica clara na sua oração nos Salmos, “Faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma.”[3]
Jesus disse que se precisamos de algo, devemos pedir:
Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.[4]
Quando Jesus ia escolher os apóstolos entre Seus discípulos, fica evidente que Ele acreditava que Seu Pai O guiaria nas decisões:
E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos.[5]
As Escrituras deixam claro que Deus quer e intervirá se nós assim desejarmos.
Jesus também prometeu que, quando Se ausentasse fisicamente, o Pai enviaria o Espírito Santo para habitar entre os que criam. Ele disse que o Espírito Santo viveria em nós.
E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês. Naquele dia compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês.[6]
Se Deus ia enviar o Seu Espírito para habitar comigo para sempre, então faz sentido Ele estar interessado em mim pessoalmente, no que faço e nas decisões que tomo. Eu diria que Ele na verdade está bem interessado. E não apenas interessado, mas envolvido.
Vejo evidência suficiente do desejo de Deus de participar da minha vida ativamente, até de forma interativa. Nós dois estamos trabalhando juntos. O Seu Espírito habitando em mim, guiando minhas decisões, me ajuda na jornada na vida.
Em diversas versões traduzidas da Bíblia, a palavra “conselheiro” que é usada para se referir ao Espírito Santo é reconhecida como Ajudante. Gosto dessa perspectiva de ter o Espírito de Deus para me ajudar. Adoro o fato de que Deus participa ativamente da minha vida, está interessado em mim, em quem sou e no que faço.
Estou muito agradecido por Ele não ter simplesmente dado corda em mim e Se afastado. Pelo contrário, deu-me meios de interagir com Ele por meio da Palavra e do Seu Espírito. Adoro o fato do Seu Espírito habitar em mim.
Publicado originalmente em setembro de 2010. Adaptado e republicado em abril de 2015.
[1] Provérbios 3:6.
[2] Salmo 32:8.
[3] Salmo 143:8.
[4] Mateus 7:7–8 NVI.
[5] Lucas 6:12–13.
[6] João 14:16–17,20 NVI.
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